domingo, 30 de maio de 2010

Junho está chegando, e com ele as atrações do Sesc São Paulo

A maioria dos eventos do Sesc está relacionada diretamente às comemorações juninas, mas destaco dois que estão fora dessa. Divulgo antes porque serão concorridos, e as vendas começam logo no dia 1º de junho. Confira:

MPB4 NO SESC SANTANA



Quem diria, os integrantes do quarteto que se apresentou em todos os circuitos alternativos e universitários dos anos 60 e 70 agora têm nome e sobrenome. Antes eram apenas Magro, Dalmo, Miltinho e Aquiles. Agora estão irreconhecíveis sob os nomes Magro Waghabi (diretor musical, arranjador, voz, teclado e percussão); Dalmo Medeiros (voz e percussão), que há alguns anos substitui Ruy (agora Ruy Faria); Milton Santos Filho (voz e violão) e Aquiles Rique Reis (voz e percussão).

É uma oportunidade a se aproveitar pois, ao contrário do início de carreira, eles pouco se apresentam em shows mais acessíveis. No repertório, antigos e novos sucessos gravados nos DVDs ‘MPB4 40 Anos’ e ‘Toquinho e MPB4 – 40 Anos de Música’, além de uma prévia de inéditas que estarão num CD de Boleros.

Onde: Sesc Santana
Quando: sábado (12), às 21 horas; e domingo (13), às 19h30.

MACBETH EM NOVA VERSÃO

Nana Moraes/Divulgação

Depois de temporada de sucesso no Rio e apresentações no Festival de Teatro de Curitiba, chega a São Paulo – a preços incrivelmente populares, mesmo para os padrões do Sesc – a nova versão do clássico shakespeariano Macbeth, tragédia que aborda a condição humana em seus extremos de poder e ambição.

Direção: Aderbal Freire-Filho
Elenco: Renata Sorrah e Daniel Dantas, entre outros.

Onde: Sesc Pinheiros
Quando: de 25 de junho a 18 de julho – Sextas e sábados, às 21 horas; domingos e feriado (9/7), às 18 horas.

INGRESSOS: R$ 5 a R$ 20 (para ambos os eventos)

Mais informações no Portal Sesc.

sábado, 29 de maio de 2010

Morre Dennis Hopper, ator-símbolo da rebeldia

Em 2008, Dennis Hopper promoveu o filme 'Sleepwalker' no festival de Sundance

Aos 74 anos, morreu hoje Dennis Hopper, em sua casa na Califórnia. Ele sofria de câncer em estágio terminal desde o início do ano.

Hopper, que iniciou carreira na década de 1950, ao lado do amigo e mentor James Dean, atuou nos dramas Juventude Transviada e Giant – Assim Caminha a Humanidade, em que já ensaiava o que seria seu eterno papel, o de rebelde. Mas ficou mais conhecido ao dirigir Easy Rider (Sem Destino – 1969), clássico da rebeldia da juventude da época, em que atuou ao lado de Peter Fonda.

Dennis Hopper deu vida a centenas de personagens de filmes para cinema e TV, incluindo o marcante fotojornalista no longa Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola, e o vilão Frank Booth, de Veludo Azul (1986), dirigido por David Lynch.

Na TV, Hopper viveu recentemente o personagem Ben Cendars na série Crash (que não passou no Brasil, que eu saiba). Seu último trabalho na direção de cinema foi o curta-metragem Homeless, de 2000. Há dois filmes inéditos dos quais participa, e que estão em processo de finalização: Alpha and Omega e The Last Film Festival.

Em quase 50 anos de carreira, Dennis Hopper foi indicado apenas duas vezes ao Oscar. A primeira, pelo roteiro de Easy Rider, a segunda, pela interpretação de um professor de basquete no drama Momentos Decisivos (1986). Sobre Easy Rider, o ator declarou à revista Entertainment Weekly, em 2005: “Eu queria que fosse uma cápsula do tempo sobre aquele período”.

Além do cinema, Hopper se dedicava também à fotografia e, nos últimos meses, preparava um livro com suas imagens.

Sua última aparição pública foi em março. Visivelmente abatido pela doença, Hopper recebeu uma estrela na lendária Calçada da Fama de Hollywood, em tardio reconhecimento a sua carreira.

Domingo tem música erudita e samba

Neste domingo, duas atrações musicais – uma erudita e outra popular – as preços supercamaradas ou até de graça. Confira:

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL

OSM e Coral Paulistano (divulgação)

Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Paulistano apresentam concerto com repertório de compositores de diversas gerações que têm em comum ter nascido no século 20: Camargo Guarnieri, “Missa Diligite”; André Mehmari, “Um Concerto Espiritual”; e Ronaldo Miranda, “Missa Brevis”. O concerto conta com a solista Adriana Clis (mezzossoprano) e a regência do maestro Tiago Pinheiro.

Onde: Teatro do Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 141 – Telefone: (11) 5080-3000
Quando: domingo (30), às 11 horas.
Quanto: R$ 2 a R$ 8

DIOGO NOGUEIRA E PAULA LIMA
Fotos: divulgação

A nova geração do samba promete agitar o público paulistano neste domingo. O projeto Grandes Encontros, da Rádio Eldorado, traz o carioca Diogo Nogueira – que herdou do pai, João Nogueira, o talento de cantor e compositor – e a paulistana Paula Lima.

Antes de seguir em turnê pela Europa, no segundo semestre, Diogo apresenta o repertório de seu segundo CD, “Tô fazendo a minha parte” (2009), composto por músicas inéditas, de sua autoria e de nomes consagrados como Chico Buarque, Ivan Lins, Arlindo Cruz e Almir Guineto.

Paula Lima, representante do “Samba Chic” de São Paulo, tem alternado seus shows com apresentações como protagonista do musical “Cats”, que enfim chegou ao Brasil e no qual tem feito bastante sucesso.

Onde: Praça de Eventos do Shopping Anália Franco – Avenida Regente Feijó, 1.739 – Tatuapé
Informações: (11) 4003-4133
Quando: domingo (30), às 12h30
Entrada franca (colaboração sugerida: 1 kg de alimento não perecível)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Duas boas dicas em teatro e show

PEÇA ‘JOGO DE DAMAS’

Foto: Marcelo Kahn

Na peça Jogo de Damas, uma viúva e duas vizinhas que moram em Higienópolis, todas com mais de 60 anos, se distraem jogando cartas. Enquanto isso, dramas pessoais vêm à tona, mas sempre de forma bem-humorada. A peça é uma comédia que celebra a vida e a amizade na chamada “melhor idade”.

No elenco, as veteranas atrizes Arllete Montenegro, Beatriz Tragtenberg e Maria Eugênia De Domenico; texto de José Eduardo Vendramini, que dirige o espetáculo em parceria com Marcelo Braga.

Onde: Teatro João Caetano – Rua Borges Lagoa, 650 – Vila Clementino – Telefone: (11) 5549-1744.
Quando: sextas e sábados, às 21horas; domingos, às 19 horas – Até 13 de junho
Quanto: R$ 10 (meia-entrada, R$ 5)

VERÔNICA FERRIANI E CHICO SARAIVA

Esta é mais uma oportunidade de vê ou rever o show do CD “Sobre Palavras”, dos ótimos Chico Saraiva e Verônica Ferriani, e que infelizmente ainda não consegui assistir. Eles se apresentam no Tom Jazz, acompanhados dos músicos Alexandre Ribeiro (clarinete e clarone); Ari Collares (percussão); e Marcelo Pretto (voz), participação superespecial.

Onde: Tom Jazz – Av. Angélica, 2.331 – Higienópolis
Quando: sábado (29), às 22 horas
Quanto: R$ 30
Reservas: no site do Tom Jazz ou pelos telefones 3255-0084 e 3255-3635

DICA ESPECIAL: Lista amiga – R$ 20 (limitada, confirme envio de nomes, para o e-mail contato@veronicaferriani.com.br)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Zé Rodrix e Carlos Manga, homenagens da semana

MEMORIAL ZÉ RODRIX


Foto: Divulgação Editora Record

Nesta terça e quarta-feira, tem espetáculo especial com muitos artistas em homenagem ao músico e publicitário Zé Rodrix, falecido no ano passado. Participação de Sá & Guarabyra, Nasi, Tetê Espíndola, Tavito, Marya Bravo, Bárbara Rodrix, Dani Black, Maestro Mario Tirolli e Orquestra Big Band da Associação dos Artistas do Litoral Paulista, Daniela Procópio, Fernando Moura, artistas do Clube Caiubi de Compositores e Trio Power. No repertório, grandes sucessos do compositor.

Onde: Sesc Pinheiros – Teatro Paulo Autran – Rua Pais Leme, 195 – Telefone: (11) 3095-9400.
Quando: terça e quarta (25 e 26), às 21 horas.
Quanto: R$ 5 a R$ 20 (é bom ligar antes para saber se ainda há ingressos)

SEMANA ABC 2010 – CARLOS MANGA

Nesta terça, a Cinemateca Brasileira receberá, para uma conversa com o público, um dos maiores artistas da história da cultura brasileira, Carlos Manga. Diretor de cinema e televisão, Manga é o principal artesão de um gênero de comédia popular – a chanchada – que encantou as plateias do país com seus números musicais carnavalescos e inesquecíveis atuações de Grande Otelo e Oscarito. Autor de clássicos como Nem Sansão nem Dalila (1954), Matar ou correr (1954) e O homem do Sputnik (1959), entre muitos outros, Manga é também responsável por programas, minisséries e novelas de grande sucesso da televisão brasileira.

A palestra é ilustrada por trechos de seus principais filmes e permite ao público entrar em contato direto com as histórias de bastidores e curiosidades de uma das mais brilhantes carreiras do audiovisual brasileiro. O evento, gratuito e aberto ao público em geral, integra a programação da SEMANA ABC 2010, que acontece na Cinemateca entre os dias 24 e 28 de maio, reunindo membros da Associação Brasileira de Cinematografia e estudantes em torno de palestras, debates e workshops.

Confira mais informações sobre o evento no site ABC Cine.

Onde: CINEMATECA BRASILEIRA – Largo Senador Raul Cardoso, 207 – próximo ao Metrô Vila Mariana
Mais informações: (11) 3512-6111 (ramal 215) ou no site da Cinemateca.
ENTRADA FRANCA (senhas distribuídas com uma hora de antecedência)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pinturas resgatam memória cultural da cidade


A pintora Cristiane Carbone expõe obras de seu acervo intitulado “São Paulo Passado e Presente”, na qual propõe o resgate do patrimônio histórico e cultural da cidade de São Paulo.

São 34 óleos sobre tela que contam a cena paulistana desde o início do século 20 até os dias atuais. Ícones como o Masp, a Estação da Luz e o Pátio do Colégio são representados na mostra.

Nascida em Santo André, Cristiane participou do lançamento do Plano de Desenvolvimento Turístico no Centro e Sinalização Turística da Cidade de São Paulo, com exposição na Prefeitura da Cidade de São Paulo, em de julho de 2008.

Obras da artista integram o acervo de diversos prédios públicos, incluindo os hospitais Albert Einstein e Santa Catarina, além de Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Círculo Militar, Esporte Clube Pinheiros, Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Pátio do Colégio, Jockey Club de São Paulo, Bovespa e Prefeitura de Palmas (TO). Também diversas autoridades têm suas pinturas, que por retratarem a cidade com muita beleza.

Quando: de terça a domingo, das 12 às 15 horas – Até dia 30 de maio
Onde: Tênis Clube Paulista – Rua Gualaxos, 285 – Aclimação

Entrada Franca – Acesso a pessoas com necessidades especiais.

NO MAM, CONTINUAM AS OBRAS DE FLÁVIO DE CARVALHO

Estudo para Sr. de Noite, de 1954 (divulgação)

As pinturas e desenhos de Flávio de Carvalho, um dos principais nomes brasileiros da pintura modernista, estão na mostra Flávio de Carvalho e a Cidade do Homem Nu, que traz, ainda, projetos e documentação fotográfica e escrita.

Flávio de Carvalho era uma figura polêmica. Multifacetário, o artista, que viveu entre os anos de 1899 a 1973, tem como sua marca a ousadia de quebrar os padrões das décadas de 20 e 30, ultrapassando as fronteiras da tradicional disputa entre o classicismo e o neocolonial.

Onde: MAM – Parque do Ibirapuera, Portão 3 – Telefone: 5085-1300
Quando: de terça a domingo, das 10 às17h30 – Até 13 de junho
Quanto: R$ 5,50

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A Moda de Alice

Alice, quem diria está na moda!

Anne Hathaway, Johnny Depp, Helena Bonham-Carter e Mia Wasikowska 

Este ano estamos em meio a uma verdadeira onda de retorno da histórica personagem Alice. Muitas edições têm sido lançadas e relançadas em livro, mas aqui destaco o filme Alice no País das Maravilhas, em cartaz nos cinemas.

Adoro os filmes de Tim Burton. Têm sempre um tom de fantasia, com muita beleza, humor e sarcasmo. Essas características estão presentes até na aparentemente inocente história de Alice, que traz também aquele tom doce dos personagens de Lewis Carroll. É uma bela fantasia que mistura atores com animação, e que tem cenários, figurinos e fotografia maravilhosos, e por isso merece ser visto na tela grande, e nem é preciso que seja em 3D...

Reconta a história de Alice, em mais uma parceria de Burton com o ótimo Johnny Depp e a inglesa Helena Bonham-Carter, mulher de Burton. Helena faz a engraçadíssima e cabeçuda Rainha Vermelha (a má), cujos súditos, atemorizados, acrescentaram falsos narigões, bocões, e por aí vai... Anne Hathaway, como a doce Rainha Branca, está hilária com o cabelo superoxigenado e sobrancelhas escuríssimas! E as mãozinhas sempre pra cima, como se estivesse secando as unhas...

A jovem australiana Mia Wasikowska, que faz Alice, é um destaque à parte. Veterana em cinema aos 20 anos, ela é linda e talentosa, dando conta muito bem do papel-título! Um filme para adultos curtirem...

Na onda de Alice, aproveito para dar a dica da peça “Alice no Reino do Espelho”, no Teatro do Sesi. Confira no flyer abaixo.



quarta-feira, 19 de maio de 2010

Duas estreias no teatro em SP

Na sexta-feira, dia 21, há duas estreias em teatro em unidades do Sesc (tentarei ver as duas).

UM NAVIO NO ESPAÇO OU ANA CRISTINA CESAR

Ana Kutner e Paulo José, que também dirige (foto: divulgação)

A peça Um Navio no Espaço ou Ana Cristina Cesar se desenvolve em três tempos, que representam os três atos da vida e obra da poeta carioca Ana Cristina César, falecida precocemente. Tem como principal destaque a atuação do veterano Paulo José (que também dirige, e que nunca vi em teatro) e sua filha Ana Kutner. O primeiro ato trata de sua adolescência e juventude, um momento de expectativa em relação ao que está por vir. Nessa fase, ela encarava a vida como um navio, com seus náufragos e naufrágios. O segundo ato se passa no quarto dela, onde vivencia suas descobertas, a busca pelo parceiro e pela intimidade. Ao mesmo tempo, marca um retorno à solidão. O terceiro ato é o palco, que funciona como um diário a desafiar a fronteira entre o real e o ficcional. Texto: Maria Helena Kühner. Adaptação: Walter Daguerre.

Onde: Sesc Santana – Avenida Luiz Dumont Villares, 579 – Telefone: (11) 2971-8700
Quando: sextas e sábados, às 21 horas; domingos, às 19h30. Até 6 de junho.
Quanto: R$ 5 a R$ 20 (é bom comprar com antecedência, e se informar sobre a disponibilidade por telefone).

CASTING

Caco Ciocler atua em 'Casting'

Com o ator Caco Ciocler como protagonista, o espetáculo Casting – em clima de comédia – se passa em uma província russa, onde se anuncia a temporada de testes para mulheres com habilidades artísticas. Se escolhidas, terão a chance de integrar um grande espetáculo que será produzido em Singapura. Os testes acontecem no desolador cenário de um cinema abandonado, onde as mulheres descobrirão que esse show não é tão inocente quanto pensavam. A peça levanta a questão: o que vem antes, a moral ou o estômago?

Texto de Aleksandr Gálin. Direção de Marco Antonio Rodrigues. Direção Musical de Dagoberto Feliz. Com Caco Ciocler, Aline Moreno, Bete Dorgam, Bia Toledo, Flávio Tolezani, Heitor Goldflus, Nani de Oliveira, Natalia Gonsales, Nicolas Trevijano, Ricardo Oshiro e Selma Luchesi.

Onde: Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, rua Pelotas, 141 – Telefone: (11) 5080-3000
Quando: sextas e sábados, às 21 horas; domingos, às 18 horas. Até 20 de junho.
Quanto: R$ 7,50 a R$ 30 (as peças do Sesc, principalmente com artistas conhecidos, costumam lotar com bastante antecedência, por isso é bom se informar sobre a disponibilidade por telefone).

terça-feira, 18 de maio de 2010

Quartas Musicais com Mônica Salmaso, e peça Acorda Zé!

Nesta quarta, o projeto Quartas Musicais traz imperdível show com Mônica Salmaso e Sujeito a Guincho. Confira:


NOVO ESPETÁCULO DO GRUPO MOITARÁ EM SÃO PAULO

Depois do sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro, “Acorda Zé! A Comadre tá de pé” está em cartaz em São Paulo. Com texto e direção de Venício Fonseca e atuação de Erika Rettl, Fabiano Manhães, André Marcos e Mariana Bernardes Baltar.

Onde: Teatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295 – Praça Alfredo Weiszflog – Lapa – Telefone: (11) 3864-4513
Quando: sextas e sábados, às 21 horas; domingos, às 19 horas – Até 13 de junho
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (abertura da bilheteria uma hora antes da sessão)

domingo, 16 de maio de 2010

Versões do Modernismo, Portinari, Andy Warhol, Menas é mais...

No centro São Paulo, exposições de modernismo e dos erros mais comuns do português

VERSÕES DO MODERNISMO

Paisagem Imaginante (1955): óleo sobre madeira de Alberto da Veiga Guignard

Está em cartaz no Instituto de Arte Contemporânea a exposição Versões do Modernismo, que traça um “panorama da arte moderna brasileira e mostra a importância das coleções privadas”, como define o curador Tiago Mesquita.

Foram reunidas 45 obras da coleção particular do banqueiro Luís Antonio de Almeida Braga. Estão presentes artistas que, a partir dos anos 1920, tentaram romper com a figuração. Algumas peças pouco vistas pelo público são marcos da arte brasileira, como “Cubo Vazado”, de Franz Weissmann, e o “Cubocor”, de Aluísio Carvão, além da série “Bichos”, de Lygia Clark.

A mostra é a primeira da série Olhar de Colecionador, organizada a partir de importantes coleções privadas, e que pretende apresentar acervos pouco difundidos.

Onde: Instituto de Arte Contemporânea (IAC) – Rua Maria Antônia, 258 – Vila Buarque – Telefone: (11) 3255-2009. Até 27 de junho
Quando: terça a sábado, das 10 às 18 horas; domingos e feriados, das 12 às 17 horas.
Quanto: Grátis.

ANDY WARHOL, MR. AMERICA

Um dos autorretratos de Andy Warhol

A mostra reúne os trabalhos mais expressivos do pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol (1928-1987), símbolo máximo do movimento da pop art no mundo. Traz cerca de 170 obras, entre pinturas, serigrafias, fotografias, instalações e filmes.

Entre os destaques da exposição, estão as séries de retratos de Jackie Kennedy (1964) e Marilyn Monroe (1967), as Sopas Campbell (1968) e os autorretratos Uncle Sam (1961), Self-Portrait in drag (1981) e Flash November, 22, 1963 (1968). Também são apresentadas pinturas da série Death and Disaster, que mostram a violência nos Estados Unidos durante os anos 1960.

Durante a exposição – que fica até o próximo dia 23 – é exibido um ciclo de filmes produzidos pelo multiartista Warhol em seu próprio estúdio, conhecido como The Factory.

A mesma Estação Pinacoteca traz a exposição Portinari na Coleção Castro Mayade, que apresenta cerca de 60 obras de Cândido Portinari, um dos maiores nomes da arte brasileira no século 20. Tem a curadoria de Anna Paola Baptista, curadora dos Museus Castro Maya, Ibram / Minc, no Rio de Janeiro.

Onde: Estação Pinacoteca – Largo General Osório, 66 – Luz – Telefone: 3335-4990
Quanto: R$ 6 (grátis aos sábados), que dá direito também a uma visita à Pinacoteca do Estado, que além do belo prédio,
Quando: terça a domingo, das 10 às 17h30.

Museu da Língua Portuguesa faz quatro anos

MUSEU TRAZ EQUÍVOCOS COMUNS DA LÍNGUA PORTUGUESA

“Menas pessoas. Uma telefonema. É uma questã de... A turma foram... O carro deu perca total. Adevogado. Houveram tumultos. Mortandelas.”

Ouvimos diariamente frases e expressões como essas. Junto com um arsenal de outras pérolas, elas estão na exposição Menas: o certo do errado, o errado do certo, do Museu da Língua Portuguesa, em seu quarto aniversário.

“Não queremos condenar essas expressões ou dizer ao público o que é certo e o que é errado”, comenta um dos curadores da mostra, Ataliba de Castilho, professor da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autor de 24 livros. "O mais importante é provocar a discussão, a polêmica e a reflexão.”

Onde: Museu da Língua Portuguesa – Praça da Luz, s/nº, Centro - Telefone (11) 3326-0775.
Quanto: R$ 6.
Quando: de terça a domingo, das 10 às 17 horas. Até 27 de junho

Fontes: Estadão, Folha e Veja

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Na Virada Cultural 2010, shows, teatro de rua, gastronomia, cinema...

Confesso que ainda não parei para analisar que eventos da Virada Cultural deste fim de semana vou prestigiar. Como já mencionei em outro post, são tantas e tão variadas as opções... Mas, aqui, indico mais algumas. Observe que várias delas incluem a gastronomia.

O grupo teatral Lume, de Campinas, marca presença na Virada Cultural, com atrações também nas ruas de São Paulo:

ESPETÁCULO ‘Café com Queijo’

Quando: sábado (15), às 17 horas
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – Telefone: (11) 3221-5558
ENTRADA FRANCA (por conta da grande procura por lugares, recomenda-se ligar antes de se dirigir ao local)

Eu já vi esse espetáculo e é, literalmente, uma delícia! A apresentação faz parte do Boca do Céu – V Encontro Internacional de Contadores de Histórias, que começou dia 10 na Oficina Cultural Oswald Andrade e termina domingo (16). Veja mais aqui.

CORTEJO ‘Abrindo Alas para a História’

Onde: Saída do SESC-Pinheiros (Rua Paes Leme, 195)
Quando: sábado (15) às 20h30
ENTRADA FRANCA

ESPETÁCULO ‘Parada de Rua’

Onde: Saída do SESC-Ipiranga (Rua Bom Pastor, 822)
Quando: domingo (16), ao meio-dia
ENTRADA FRANCA


LÍNGUA DE TRAPO

Participante de todas as Viradas, o Língua de Trapo faz apresentação gratuita.

Onde: CEU PARQUE ANHANGUERA – Rua Pedro José de Lima, s/n – Altura do Km. 23,5 da Via Anhanguera
Quando: domingo (16), às 17 horas
ENTRADA FRANCA!

AULA-SHOW SOBRE LETRAS DA MPB

Para quem gosta de música brasileira e prefere uma programação mais light, tem até aula-show sobre Letras da MPB. Será domingo (16), às 15 horas, na Casa das Rosas. Veja:


'QUANTOS PASTEL??'

Na terra do pastel, os organizadores da Virada Cultural resolveram este ano brindar o paulistano – e os tantos “estrangeiros” que vêm prestigiar o evento – com os melhores pastéis, em dez barracas distribuídas em locais estratégicos, e que funcionarão madrugada adentro. Não serão quaisquer pasteleiros, mas sim os finalistas do concurso realizado no ano passado na Praça Charles Miller.

FILMES NA VIRADA GASTRONÔMICA

E por falar em comida, o Cine Belas Artes preparou uma programação de dar água na boca: a Virada Cinegastronômica, que começa às 23h30 de sábado e vai até o dia raiar no domingo. Serão exibidos os filmes Doce de Coco; Índia, o Amor e Outras Delícias; Julie & Julia; Tá Chovendo Hambúrguer; O Sabor da Melancia; e Amores Expressos. Nos intervalos, serão servidos pratos inspirados em cada um dos filmes.

Onde: Cine Belas Artes – Rua da Consolação, 2.423
Quando: sábado (15), a partir das 23h30, até o sol raiar no domingo.


Foto de 1971 (blog Salas de Cinema) 

CINE BELAS ARTES, DE NOVO, NA BERLINDA

E por falar em Cine Belas Artes, o sinal vermelho se acendeu por ali de novo. Eleito várias vezes com a melhor programação de cinema em São Paulo, desde março o Belas Artes está sem patrocínio (desde 2004, havia mudado seu nome para HSBC Belas Artes), e procura sem sucesso (por enquanto) outra empresa para conseguir manter-se. A administração do cinema, dividida entre a Pandora Filmes, de Andre Sturm, e a O2, de Fernando Meirelles, já avisou que não conseguirá manter os custos sem um patrocínio.

Conheço e frequento o Cine Belas Artes desde os anos 70. Sempre teve programação variada e de altíssima qualidade. Nasceu em 1967, após reforma do antigo Cine Trianon e – novidade para a época – já contava com três salas de projeção. Lá havia até uma galeria para exposições e um estande para venda de livros e discos.

Em 1980, após nova reforma, passou a contar com seis salas: Heitor Villa-Lobos, Cândido Portinari, Oscar Niemeyer, Aleijadinho, Mário de Andrade e Carmen Miranda. Nos início dos anos 2000, quando a distribuidora francesa Gaumont deixou o Brasil, o fechamento era iminente. O próprio Sturm procurou o proprietário com uma proposta, já que sempre sonhara ter o próprio cinema, e em 2003 a Pandora assumiu o ponto, ganhando a sociedade da O2 meses depois.

AMIGOS CINÉFILOS: VAMOS TORCER PELO BELAS ARTES E, QUEM SABE, INDICAR POSSÍVEIS PATROCINADORES!

Espetáculo 'Curra - Temperos sobre Medeia' (divulgação) 

CURRA – TEMPEROS SOBRE MEDEIA

Outro grupo campineiro de teatro, a Cia. São Jorge de Variedades, indica o espetáculo Curra – Temperos Sobre Medeia, encenado pelos Contadores de Mentira, grupo de Suzano. E com ele também ficamos na gastronomia, já que é uma confraternização ritualística, fruto de pesquisas das culturas orientais e africanas, que têm como fontes o corpo e suas energias. O mito de Medeia é o eixo central, recortado em estruturas de dança, canto, rituais, comida e emoções sensoriais. No espetáculo é servido um banquete e o público é convidado a experimentações gustativas pelo paladar e olfato. Além disso, traz experiências de corpo em transe e o conceito de jogo.

Onde: Sede da Cia. do Feijão – Rua Teodoro Baima, 68 – Centro
Quando: sábados (dias 15, 22 e 29), às 21 horas.
Quanto: R$ 15, com meia-entrada para estudantes, idosos, classe artística, amigos e etc.

E a produção avisa que, quem não tiver dinheiro também entra, mas eu recomendo: sempre é bom colaborar para as companhias teatrais alternativas...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Virada Cultural e mais shows

Vem aí, no próximo fim de semana (15 e 16 de maio), a Virada Cultural 2010, com atrações as mais diversificadas em variados espaços da cidade de São Paulo – abertos e fechados –, incluindo as praças Roosevelt, Júlio Prestes, Dom José Gaspar e República; Bulevar São João; Parque e Estação da Luz; Pátio do Colégio; galerias, museus, cinemas, teatros, centros culturais, unidades do Sesc e CEUs.

É muito gostoso ver a movimentação da cidade na virada do fim de semana – tanto nas regiões centrais como nos bairros mais distantes. As atrações vão desde filmes, apresentações musicais e teatrais de diversos estilos, até passeios de trem, a pé e maratonas. Confira algumas a seguir, e outras clicando aqui.

ARNALDO ANTUNES

Show com base no trabalho Iê, Iê, Iê. No repertório, todas as canções do novo disco e sucessos de sua carreira. Arnaldo será acompanhado por Edgard Scandurra (guitarra e voz), Betão Aguiar (baixo e voz), Chico Salem (violão e voz), Marcelo Jeneci (teclados e voz) e Curumin (bateria e voz). O figurino é do estilista Marcelo Sommer.

Quando: sábado (15), às 23 horas.
Onde: Sesc Santana – Convivência 2 – Avenida Luiz Dumont Villares, 579.
Quanto: grátis – distribuição de ingressos 1h antes.

Spok Frevo Orquestra, em fev/2008

SPOK FREVO ORQUESTRA

Esta orquestra eu vi e aprovei! Vinda do Recife, é formada por 18 músicos e liderada pelo maestro Spok (saxofonista, arranjador e diretor musical). Traz a alegria do frevo e outros ritmos regionais, além de standards de jazz, com arranjos modernos e harmonias diferenciadas, que contagiam o público.

Quando: sexta e sábado (14 e 15), às 21 horas; e domingo (16), às 18 horas.
Onde: Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 141 – Telefone: 5080-3000
Quanto: R$ 7,50 a R$ 30

ANTÔNIO NÓBREGA

Reunindo músicas dos seus seis últimos trabalhos, Nóbrega se junta a sete músicos e três bailarinas para apresentar um espetáculo que sintetiza sua atividade artística. Ele apresenta o seu heterogêneo cancioneiro cantando, dançando e tocando baiões, maracatus, frevos-canções, marchas de bloco e outras peças instrumentais na rabeca, violino e bandolim. Sua atuação não se restringe somente ao plano musical. Entre uma música e outra, Nóbrega conta causos e brinca com a plateia.

Quando: domingo (16), 3 da manhã
Onde: Sesc Pompeia - Rua Clélia, 93 – 3871-7700
Quanto: R$ 3 a R$ 12.

MIRIAM MIRAH

A cantora do grupo Raíces de América faz uma homenagem a Mercedes Sosa, símbolo da luta pela democracia na América Latina e uma das vozes mais representativas da música popular argentina.

Quando: sábados (15 e 29), às 13h30
Onde: Praça de Eventos do Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 141.
Quanto: grátis.

ZÉ RENATO

Consagrado como uma das mais belas vozes masculinas da canção brasileira e um dos responsáveis pela revalorização do samba no país, Zé Renato mostra neste show, com voz e violão, também um pouco de seu lado compositor.

Quando: sábado (22), às 20 horas.
Onde: Sesc Santo André – Rua Tamarutaca, 302 – Telefone: 4469-1200
Quanto: R$ 5 a R$ 20

OS CARIOCAS E  JOÃO DONATO

Nesse eu vou! Além do tradicional grupo vocal (formado por Severino Filho, Eloi Vicente, Hernane Castro e Neil Teixeira, o show “Nossa alma canta” tem a participação especialíssima do pianista, compositor e arranjador João Donato. No repertório, sucessos e também canções nunca antes registradas.

Quando: sábado (22), às 21 horas; domingo (23), às 18 horas.
Onde: Sesc Pinheiros – Rua Pais Leme, 195 – Telefone: 3095-9400
Quanto: R$ 5 a R$ 20

Renato Braz e Zé Renato, em mar/2010

RENATO BRAZ E ZÉ RENATO

Vi o show deles e foi MUITO BOM! Trata-se de novo encontro que resultou de um sonho de tocar juntos pelas afinidades musicais e influências. No repertório, músicas de Zé Renato, como Papo de Passarim, Ponto de Encontro, A Hora e a Vez e Benefício, e outras que fazem parte do repertório de Renato Braz, como Outro Quilombo, Anabela e Desenredo. Com Sizão Machado (baixo), Renato Braz (violão e voz) e Zé Renato (violão e voz).

Quando: segunda (24), às 19 horas.
Onde: Sesc Carmo – Rua do Carmo, 147 – Telefone: 3111-7000
Quanto: R$ 4 a R$ 16.

ANELIS ASSUMPÇÃO

Cantora, compositora e percussionista, Anelis Assumpção apresenta canções próprias, com um balanço de samba, reggae, hip-hop e da chamada vanguarda paulistana, da qual fazia parte o pai, Itamar. Sua banda reúne músicos de diferentes gerações e escolas: Bruno Buarque (bateria); Cris Scabello (guitarra) e Maurício Prenholato (baixo).

Quando: sexta (28), às 20 horas
Onde: Escola de Artes César Antônio Salvi – Rua Tenente Avelar Pires de Azevedo, 360, centro de Osasco.
Ingressos gratuitos devem ser retirados com uma hora de antecedência.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Vidas que se Cruzam, Chico Xavier, A Ilha da Imaginação...

Charlize Theron, em Vidas que se Cruzam


Vidas que se Cruzam – O nome é bonito. Desta vez, a mania de traduzir com sentido bem diferente deu mais certo. Afinal, é isso mesmo que acontece no filme, as vidas se cruzam. E o título original parece resumir o filme a pouca coisa, um plano incendiário (“Burning Plain”), embora seja o tal incêndio o ponto de ligação dessas vidas que vão desfilando na tela, aparentemente sem conexão.

O primeiro filme dirigido pelo mexicano Guillermo Arriaga – roteirista de filmes de Alejandro González Iñárritu – repete a fórmula de enredos paralelos que aos poucos vão se ligando, como os bem-sucedidos – e na minha opinião mais interessantes – Crash (vencedor do Oscar em 2006), 21 Gramas e Amores Brutos.

A tragédia é sempre o elemento de ligação nesses filmes, e em Vidas que se Cruzam foi o incêndio aparentemente acidental que tirou o pai e a mãe de duas famílias que nunca haviam se conhecido. Aos poucos vamos entendendo o que há em comum entre uma dona de casa cheia de filhos (Kim Bassinger), um aviador que cria sozinho a filha adolescente, uma sommelier (Charlize Theron) que, infeliz, se entrega aleatoriamente a muitos homens, e o homem que a persegue sem ter nenhum interesse sexual. O filme – ainda em cartaz nos cinemas – poderia ser um pouco mais curto e manter um ritmo mais empolgante.


Chico Xavier – Produzido e dirigido por Daniel Filho, o filme é líder das bilheterias nos cinemas brasileiros desde o primeiro fim de semana de exibição. Tanto Daniel como o protagonista Nelson Xavier já se declararam ateus, preferindo destacar a importância do respeitado personagem – e ao mesmo tempo polêmico – como líder espírita. O filme mostra que, desde pequeno, ele tinha o dom de ouvir e conversar com espíritos, inclusive o da mãe, que perdeu ainda criança. Desacreditado por pai e irmãos, ele enfrentou sempre com calma os opositores, e não recebia dinheiro por suas consultas, tendo uma vida simples, com uma única vaidade: o uso de uma peruca, que merece até gozação dos outros, mostrada no filme. Matheus Costa, que faz Chico menino, e Ângelo Antonio, que interpreta o personagem ainda jovem, são ambos bons, porém Nelson Xavier dá um banho de interpretação, e incorpora o personagem magistralmente. Vale a pena ver, mesmo por quem não acredita em seus dons, como oportunidade de conhecer melhor esse personagem que marcou uma época, não se limitando à região mineira, onde atuava. Aliás, a bela fotografia, em locações nas cidades históricas de Tiradentes e São João Del Rey, é outro ponto forte do filme.

Tenho visto filmes melhores na TV...

Karl Malden e Montgomery Clift, em cena de I Confess

Um deles é o clássico A Tortura do Silêncio (I Confess – 1953), de Alfred Hitchcock. É um dos que menos reprisam do diretor, e havia visto só uma vez, há muito tempo. Traz o bonitão Montgomery Clift como um padre acusado de matar um homem que chantageava sua ex-amante (Anne Baxter). Ele pouco se defende, e chega a ser julgado pelo crime. Karl Malden é um detetive descontente com as evidências óbvias demais. Bom suspense, em bela fotografia em P&B, e com trilha sonora impecável, a exemplo de todos os filmes de Hitch.


Vi o Outro Lado da Meia-Noite (1977) na época, e lá se vão quase 30 anos. Há algum tempo eu o vinha procurando em DVD, sem sucesso, e valeu a pena rever, na TV. Lembrava de ter gostado, mas não que era baseado em romance de Sidney Sheldon. Marcante pra mim foi a atuação de Susan Sarandon, no primeiro filme que vi com ela, e que pelo jeito lhe deu destaque, já que fez muito sucesso na época. Um papel pequeno, porém importante. Afinal, ela sofre ao se casar com um oficial do exército (John Beck) durante a 2ª Guerra. Antes da guerra, este havia tido um romance com uma jovem (a linda Marie-France Pisier) que, ao ficar rica, passou a persegui-lo à distância. É uma produção típica dos anos 70, embora ambientado nos anos 40/50, inclusive a trilha de Michel Legrand – bonita, porém brega para os padrões de hoje. O maior furo da produção é ser falada em inglês, embora passe a maior parte na França, entre nativos do país. Assim como seus protagonistas e ao contrário de Susan Sarandon, o diretor Charles Jarrott nunca mais se destacou.

Fanny Ardant e Jean-Louis Trintignant, em cena

Revi também De Repente, num Domingo (1983), de François Truffault. Eu sou boa pra rever filmes, porque pouco me lembro dos detalhes, e tudo sempre me parece novo. Feito em P&B, homenageia os filmes noir de suspense e tem muitos toques de Hitchcock. Com a musa do cinema francês da época – a charmosa Fanny Ardant, que continua atuando até hoje –, que é funcionária de um corretor (Jean-Louis Trintignant), suspeito da morte da esposa e do amante dela. Diferentemente de outros filmes de Truffault, geralmente melancólicos e amargos, este tem clima bem agradável, e até um pouco de humor. E, ironia da vida, foi seu último.


Veias e Vinhos – Uma História Brasileira (2006) é um bom filme de João Batista de Andrade, ambientado no final dos anos 50, com a construção de Brasília. Mostra que a ditadura militar começava a perseguir supostos comunistas e lentamente a interferir na vida das pessoas. O elenco é ótimo, e traz Celso Frateschi, Leonardo Vieira, Simone Spoladore, José Dumont, Eva Wilma, Leopoldo Pacheco e Antônio Petrin.


Outro filme que vi na TV foi Bem-Vindo ao Jogo (Lucky You, 2007), dirigido por Curtis Hanson, que fez os bons dramas Los Angeles – Cidade Perdida e Em Seu Lugar. Traz o australiano Eric Bana (Munique, Troia e A Outra) no papel de Huck, rapaz que ganha a vida como jogador de pôquer. Seu maior adversário é o pai (Robert Duvall), e ele fica conhecendo Drew Barrymore, que acaba de chegar a Las Vegas e se apaixona por ele. Bom entretenimento, e dá até pra aprender um pouco sobre as manhas do pôquer.


A Ilha da Imaginação é um bonito filme de aventuras, com a estrelinha de Miss Sunshine (Abigail Breslin) no papel principal. Ela vive com o pai, o bonitão Gerard Butler, e seus bichinhos, numa ilha deserta. Fã do personagem de aventuras Alex Rover, por acaso ela passa a se comunicar com a autora, a verdadeira Alex (Jodie Foster), que em raro papel cômico, faz uma atrapalhada mulher louca por aventuras só no papel, já que, atingida por síndrome do pânico, não sai de casa por nada. Outro ótimo entretenimento.

domingo, 2 de maio de 2010

Shows que tenho visto e novas dicas

Hoje vou ver Leila Pinheiro, no Sesc Pompeia. Ela fará homenagem a Renato Russo e Legião Urbana - de quem nunca fui fã particularmente, mas confio em suas releituras pessoais. Depois conto por aqui. No final do mês, tem Toquinho no Sesc Pinheiros. Ontem comprei ingressos, que provavelmente estão se esgotando.

Há tempos estou para postar sobre os shows que tenho visto. Na verdade, vou juntar vários que vi desde o início de abril, e ao final darei as dicas para a semana.

Sá & Guarabyra, Izzy Gordon, Márcia Lopes, Edu Lobo e Mariana Baltar


Sá & Guarabyra, no Sesc V. Mariana

No dia 3 de abril, em show no Sesc Vila Mariana, Sá & Guarabyra estavam bem soltos, acompanhados de ótima banda. Há tempos eu não ouvia “As Canções que eu faço”, resgatando um pouco da carreira do trio Sá, Rodrix & Guarabyra. O momento emoção ficou por conta da interpretação de “Casa no Campo”, em rara ocasião em que eles interpretaram um sucesso de Zé Rodrix. Apesar dos pedidos – e creio que por respeito às interpretações muito pessoais do falecido amigo –, eles não costumam cantar músicas dele.

Três gerações dos Gordon: Izzy, Dave e Felipe (filho de Izzy). Só faltou o irmão Tony, que estava na plateia

Dia 8 de abril, vi no Sesc Pompeia o show de Izzy Gordon. Junto com Misty e Adyel Silva, ela é uma das cantoras que surgiram nos anos 80 no musical de jazz ‘Emoções Baratas’, de José Possi Neto. Izzy mostrou seu vozeirão em repertório variado de MPB e standards de jazz, e cantou em duo com o pai, o americano Dave Gordon, há muitos anos estabelecido no Brasil, tendo se casado inclusive com Denise Duran, irmã da cantora e compositora Dolores Duran.

Laura Lavieri e Márcia Lopes

Em 15 de abril, no auditório do Sesc Pinheiros, vi novamente um show da talentosa cantora Márcia Lopes. Acompanhada dos ótimos Mário Manga, Fábio Tagliaferri, Adriano Busko e Daniel Nakamura, ela cantou um repertório conhecido e variado –“carne de vaca”, como ela mesma disse –, porém com interpretações personalíssimas. Durante o show, foram exibidos vídeos de animação feitos por Inácio Zatz para interpretações de Márcia em “Bonita”, de Tom Jobim, e “She's leaving Home”, dos Beatles, e um divertido e histórico duo com Rodrigo Rodrigues – ex-integrante do Música Ligeira, falecido precocemente – cantando “Boneca de Piche”, de Ary Barroso, com Márcia cantando com sotaque paulistanês, à moda de Isaurinha Garcia. Destaque para os duos – ao vivo – dela com Laura Lavieri, jovem cantora, filha de Rodrigo. Entre as interpretações da dupla, “The Boxer”, clássico de Simon & Garfunkel, aquela do refrão “lailalai...”.

Mariana Baltar apresentou-se com octeto de grandes músicos

Assisti no dia 23, no Sesc Pompeia, ao show da cantora carioca Mariana Baltar, que não conhecia. Com graça e talento, ela cantou e dançou antigos sucessos e novas canções, acompanhada por oito músicos de excelente qualidade. Interpretações pessoais de um talento que tem se apresentado com sucesso na Lapa carioca.

Edu Lobo, com banda liderada por Cristóvão Bastos; e em duo com Mônica Salmaso, no bis

Semana passada assisti ao show de Edu Lobo, no Sesc Pinheiros. Pela primeira vez o vi “no papel de cantor”, muito solto, cantando sem se acompanhar ao violão. Cantou músicas novas e grandes sucessos, incluindo, claro, “Ponteio”. E quase todo o repertório do musical que compôs com Chico Buarque, O Grande Circo Místico, até mesmo a difícil “A Bela e a Fera”, que no disco era interpretada por Tim Maia e seu vozeirão. A surpresa ficou para o final, com a participação de Mônica Salmaso no bis, cantando com ele “A História de Lily Braun”. SHOWZAÇO!

ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA

Jazz Sinfônica apresenta na quarta-feira (5) mais um de uma série de concertos dedicados ao gênero afro-americano, desta vez em homenagem ao “Fuego Cubano” (Cuban Fire) de Stan Kenton. Regência do maestro João Maurício Galindo. (eu já garanti meu ingresso)

Onde: Teatro Paulo Autran do SESC Pinheiros – Rua Pais Leme, 195
Quando: Quarta (5), às 21 horas.
Quanto: R$ 3,50 a R$ 15

ZIMBO TRIO TOCA TOM JOBIM E VINÍCIUS DE MORAES

Nascido nos anos 60, no auge do movimento de renovação da música brasileira catalisado pela bossa nova, o ótimo trio instrumental formado por Amilton Godoy (piano), Rubinho Barsotti (bateria) e Itamar Collaço (contrabaixo) apresenta show baseado em seu novo álbum, o 49º da carreira – Zimbo Trio Ao Vivo.

Onde: SESC Santo André – Rua Tamarutaca, 302
Quando: sábado (8), às 20 horas.
Quanto: R$ 4 a R$ 16

CÉU, THALMA DE FREITAS E ANELIS ASSUMPÇÃO

As três cantoras – filhas de músicos, respectivamente Edgar Poças, Laércio de Freitas e Itamar Assumpção – fazem encontro inédito, no próximo fim de semana. Todas têm carreira consolidada como intérpretes. Anelis também é compositora e percussionista. Céu tem feito grande sucesso inclusive no exterior, e Thalma desenvolve uma versátil carreita de atriz e apresentadora de programas e shows.

Onde: SESC Vila Mariana – Rua Pelotas, 141
Quando: sexta e sábado (7 e 8), às 21 horas; domingo (9), às 18 horas.
Quanto: R$ 7,50 a R$ 30.