sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Tudo pode dar certo" deu certo no cinema

Tenho conseguido ver com certa regularidade os mais diversos filmes, tanto no cinema como na TV. E aqui destaco alguns.

TUDO PODE DAR CERTO – O sucesso do mais novo filme de Woody Allen lançado no Brasil pode ser explicado por sua volta ao gênero “existencial”, que o consagrou nos anos 70. Quem é fã de suas origens aplaude o retorno do protagonista inseguro e com dificuldades de relacionamento. A diferença é que, aqui, o ator que faz o alter ego de Allen é Larry David. Só que o interpreta de maneira antipática. Seria intencional? É ver e avaliar. Eu já sou mais fã de Allen em sua fase de mistério, suspense e crimes passionais.


VITTORIO DE SICA – MINHA VIDA, MEUS AMORES – O belíssimo documentário sobre o ator e diretor italiano não deve ter feito sucesso entre os espectadores e já saiu de cartaz. Uma pena, já que mostra depoimentos de diretores (Ettore Scola, Fellini, Woody Allen, Mike Leigh e Clint Eastwood, entre outros), amigos dele ou que se influenciaram por seu trabalho. Mostra sua versatilidade, making ofs de seus filmes (uma inovação para os anos 50) e até um pouco de sua intimidade – como seu vício em jogo e o fato de manter duas famílias paralelamente. Aguarde o lançamento do DVD, pois é imperdível!

O PEQUENO NICOLAU – Este lindo filme francês continua em cartaz nos cinemas. Há também versões dubladas, mas é muito mais atrativo para adultos, mesmo os que não tenham conhecido a infância dos anos 50. Traz bela reconstituição de época, lindo cenário, elenco de primeira, atuações primorosas das crianças – há o medroso, o distraído, o ousado, o inteligente... – e até uma original apresentação dos créditos iniciais. Quem leu a obra de René Goscinny (também autor de Asterix) não gostou muito, mas não é meu caso. Pra mim tudo foi novidade, e curti bastante.

O PREÇO DA TRAIÇÃO – Em compensação, me decepcionei neste filme com um casal de atores que adoro – Julianne Moore e Liam Neeson. Não, eles não estão nada ruins, aliás são o melhor do filme, e talvez isso explique continuar em cartaz. Mas é baseado em um filme francês que já não era tão bom, Nathalie (2003), porém mais bem realizado. Traz a nova estrelinha do cinema americano, Amanda Seyfried (de Mamma Mia e Cartas para Julieta) em um inesperado papel, bastante ousado para seus padrões, de uma garota de programa (Chloe, nome original do filme) que aceita a proposta da médica Catherine (Julianne Moore) para seduzir seu marido, já que desconfia estar sendo traída. Há uma reviravolta geral, com chantagem e sedução do filho do casal, Michael (o lindo e talentoso Max Thieriot). Eu não diria que vale conferir.

FARSA TRÁGICA – Sou superfã de Vincent Price, e ontem vi no TCM o filme de 1963, do diretor francês Jacques Tourneur. Além do grande canastrão do terror anglo-americano, o filme conta com três famosos atores da época: Peter Lorre, em um de seus últimos filmes; Boris Karloff – impagável como o sogro de Waldo Trumball (Price), surdo, distraído e meio pirado; e Basil Rathbone, o mais famoso Sherlock Holmes do cinema. Trumball é um bêbado que administra a funerária do sogro de maneira bizarra: com o auxílio de Felix Gillie (Lorre), reutiliza o mesmo caixão há 13 anos. Quando precisa de dinheiro, sai matando pessoas – só que nem sempre esse recurso dá certo. Com encenação bastante teatral, é um clássico do TERRIR, e até se chama originalmente The Comedy of Terrors. Sem contar a gata amarela Cleópatra – Orange, que viveu 15 anos, fez vários filmes e ganhou até prêmios de atuação –, que assiste a tudo, se manifesta e até permeia os créditos finais. Nada de terror, é show de risos!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Histórica final do festival de 67 renasce nos cinemas

Wilson Santos/CPDoc JB
Chico Buarque defende ‘Roda Viva’, ao lado do MPB4

Uma boa recordação para quem conheceu e uma ótima oportunidade para quem nem ouviu falar sobre a final do histórico 3º Festival da Música Popular Brasileira, exibida pela Record em 21 de outubro de 1967.

Mais de 40 anos depois, o filme Uma Noite em 67 revela a alegria e a inquietação de quem protagonizou aquela ocasião, que marcaria a carreira de todos eles – e, por que não dizer, de toda a MPB.

Arquivos da TV Record e depoimentos atuais de quem esteve lá ajudaram a compor o documentário de dois cineastas de primeira viagem: o publicitário Renato Terra e o crítico de cinema Ricardo Calil.

Todos os famosos até hoje estavam lá: Chico Buarque – ao lado do MPB4, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo e Marília Medalha, Roberto Carlos, Sérgio Ricardo... Eles eram os finalistas do evento.

Na hora de colher depoimentos a respeito daquela histórica noite, que “era fundamental criar uma cumplicidade”, frisou Ricardo Calil. “Nós nos preparamos muito e tentamos ser delicados, respeitosos.”

Daí se veem momentos de intensa emoção. Um deles a cena em que Sérgio Ricardo é impedido pelas vaias de cantar “Beto Bom de Bola”, terminando por atirar o violão à plateia. “Ao ver o filme, assustei-me mais com suas revelações do que em me ver naquela agonia de não poder mostrar uma música”, diz o compositor, que acrescenta: “Me sinto de alma lavada”.

Salto da MPB – Além dos participantes do festival, há depoimentos de Ferreira Gullar, Chico Anysio, Arnaldo Batista e Martinho da Vila – este ficou fora do corte final do filme, mas a produção já promete um DVD mais completo.

Com muitas cenas de bastidores, o documentário transporta o público para a época de penteados vistosos, figurinos hoje considerados bizarros e até um modo de falar que não se usa mais.

Coproduzido pela Video Filmes e Record Entretenimento, o filme contou com o interesse da Record em facilitar o acesso às imagens de arquivo, sem as quais seria impossível realizá-lo. O pesquisador Antonio Venâncio garimpou apresentações do festival e entrevistas de bastidores. “Depois que as imagens foram selecionadas, fizemos um extenso trabalho para melhorar o áudio e a qualidade de cada frame”, conta Renato Terra.

O material era tão vasto que daria para fazer vários documentários, sobre outros festivais (de 1965 a 1972), com apresentações, por exemplo, de “A Banda” (Chico Buarque) e “Disparada” (Geraldo Vandré/ Theo de Barros), com Jair Rodrigues.

Para os cineastas, focalizar exatamente a final do 3º festival resulta do fato de aquela noite representar o nascimento de uma nova ordem na música brasileira, como o uso de guitarras elétricas – mesmo sob protesto dos próprios artistas –; as manifestações do público, como vaiar ou cantar junto; e a consagração dos compositores como seus próprios intérpretes, novidade para a época.

Fontes: Folha de S. Paulo e Portal R7

Mais informações sobre Uma Noite em 67, que estreia nesta sexta nos cinemas, no site oficial.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Odorico Paraguaçu está de volta



O filme O Bem Amado estreou sexta-feira nos cinemas. Dirigido por Guel Arraes (de Lisbela e o Prisioneiro e O Auto da Compadecida, entre outros), reconta a história do prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu, criado por Dias Gomes. Sua meta número um é a inauguração de um cemitério. Ele é apoiado pelas fogueteiras irmãs Cajazeiras e pelo avoado assistente Dirceu Borboleta. Vladimir (Tonico Pereira), dono do único jornal da cidade, é seu principal oponente. Por falta de defunto, o prefeito nunca consegue realizar sua meta, e arma situações para que alguém morra, inclusive contratando o matador Zeca Diabo, responsável pela morte de seu antecessor.

Quem se lembra da versão original, em novela e seriado dos anos 70, inevitavelmente vai comparar a atuação de Marco Nanini à de Paulo Gracindo (Odorico); a de José Wilker à de Lima Duarte, como Zeca Diabo; a de Mateus Nachtergaele à de Emiliano Queiroz (Dirceu Borboleta) – por sinal, todos ótimos atores, além das atrizes do elenco. Dá para relembrar algumas cenas em vídeos postados no Youtube.

Mas o mínimo que O Bem Amado promete fazer é divertir. Mesmo antes da estreia, foi bastante criticado, mas eu sou daquelas que sempre apostam no cinema brasileiro. Invariavelmente, saio ganhando. Portanto, vou conferir.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

DZI CROQUETTES

E continua a boa fase de documentários brasileiros. Desta vez, Dzi Croquetes – que ainda não vi –, sobre o irreverente grupo carioca que fez sucesso nos anos 1970, e agora é resgatado do esquecimento. Com muita purpurina, os Dzi Croquettes desafiaram a censura do regime militar. Ícones da liberdade de expressão e do movimento gay, seus integrantes fizeram sucesso também na Europa, e influenciaram muitos artistas da época.

O grupo era liderado pelo ator Wagner Ribeiro e pelo coreógrafo americano Lennie Dale, e tinha treze integrantes, entre os quais Paulette, Cláudio Tovar e Cláudio Gaia. Eles se apresentavam vestidos de mulher ou em trajes mínimos, sem se preocupar em esconder barbas ou pernas peludas. Sob o lema “o amor constrói”, misturavam dança e canções, sempre com uma boa dose de deboche e crítica social e política, em espetáculos criados coletivamente.

O filme exibe muitas fotos e raras imagens em super-8, revelando histórias de bastidores, ilustradas por depoimentos de pessoas que conviveram com o grupo, entre elas os cantores Ney Matogrosso e Gilberto Gil, a atriz Marília Pêra, o jornalista Nelson Motta e a estrela Liza Minelli, madrinha da carreira internacional do grupo.

Dirigido por Raphael Alvarez e Tatiana Issa – filha do cenógrafo Américo Issa, que integrava o grupo –, Dzi Croquetes foi premiado pelo público na Mostra Internacional de São Paulo do ano passado, e também por júri e público no Festival de Cinema do Rio.

Em São Paulo, está em cartaz nos cines Belas Artes, Frei Caneca Unibanco Arteplex e Reserva Cultural. Confira o trailer oficial:

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Maria Alcina, no Quartas Musicais de hoje

A talentosa e performática cantora Maria Alcina faz hoje um show em homenagem ao sambista Adoniran Barbosa, no projeto Quartas Musicais, do Teatro do Sesi.

O repertório resgata sucessos do compositor paulista e destaca canções como As Mariposa, Trem das Onze, Saudosa Maloca e Samba do Arnesto.

O show Cem anos de Adoniran Barbosa faz parte do circuito do projeto Quartas Musicais que, em julho e agosto, homenageia o saudoso músico.

Maria Alcina, que surgiu no começo dos anos 70, no VII Festival Internacional da Canção, com Fio Maravilha, de Jorge Benjor – que fez sucesso instantâneo –, faz um importante trabalho de pesquisa e resgate de obras do cancioneiro popular. Suas apresentações são sempre bastante divertidas – por sua irreverência – e fazem muito sucesso entre públicos de diversas faixas etárias.

No ano passado, recebeu críticas entusiasmadas pelo CD “Maria Alcina – Confete e Serpentina”, que lhe rendeu o prêmio de melhor disco e melhor cantora popular na mais recente edição do Prêmio de Música Brasileira.

Onde: Teatro do Sesi – São Paulo – Avenida Paulista, 1.313 – metrô Trianon-Masp

Quando: hoje, 21 de julho, às 20 horas.

Quanto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada)

Informações: (11) 3146-7405/7406

segunda-feira, 19 de julho de 2010

VÂNIA BASTOS NO AUDITÓRIO IBIRAPUERA


A cantora Vânia Bastos lança seu décimo primeiro CD, “Na boca do lobo”, dedicado ao compositor Edu Lobo.

Em 30 anos de carreira sólida e prestigiada, Vânia lançou, entre outros, discos dedicados às obras de Tom Jobim, Caetano Veloso e à turma do Clube da Esquina. Três foram lançados no Japão e quatro na Europa. “Belas e Feras”, seu oitavo disco, era voltado às compositoras brasileiras, e lhe rendeu uma temporada de shows vistos por mais de 160 mil pessoas em todo o país.

O repertório do novo CD, escolhido o produtor Thiago Marques Luiz, abrange várias fases da carreira do músico carioca Edu Lobo, como Upa Neguinho (1964), Canção do Amanhecer (1965), Vento Bravo (1973), Negro, Negro (1975), Meia-Noite (1985) e Gingando Dobrado (1976), esta última com participação especial do próprio Edu Lobo. Presença também importante no CD é a do violonista e arranjador Ronaldo Rayol, responsável pela direção musical.

Onde: Auditório Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 3

Quando: sexta e sábado (23 e 24), às 21 horas

Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mostra A Saga Negra do Norte

Começa neste sábado, no Museu Afro-Brasil, a mostra A Saga Negra do Norte. Confira:

Tarde Poética na Praça Benedito Calixto

Para aquecer um sábado que promete ser frio e chuvoso – como foi toda semana – haverá mais uma tarde poética no Espaço Plínio Marcos da Praça Benedito Calixto.

Presença do grupo Encontro de Utopias e de convidados especiais: o poeta Ricardo carneiro e Silva, com seu livro “Sol dos Poros”; o poeta e agitador Marcos José Gomes Marques, o Kakolé declamando poesias autorais, do poeta e cordelista paraibano Chico Pedrosa e outros poetas da cultura popular; o músico e compositor Haroldo Oliveira.

Também haverá homenagens aos poetas Solano Trindade, pelo mês de seu aniversário de nascimento e Roberto Piva, que morreu recentemente.

Participação especial de Zinho Trindade, músico e bisneto de Solano; Valter Corrêa e alguns integrantes do Grupo de Poetas de Embu das Artes, apresentando o livro antologia literária “Poética das Artes”, recém-lançado.

O sarau é aberto a todos, com leituras, músicas e performances com a participação de convidados e o público presente. Traga seus poemas, suas composições e adereços!

Saiba mais sobre Encontro de Utopias e os convidados no site do evento.

O quê: O Autor na Praça e o Encontro de Utopias realizam Tarde Poética.

Quando: Sábado (17), a partir das 14 horas.

Onde: Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto – Pinheiros.

Realização: Edson Lima, Encontro de Utopias e AAPBC.

Apoio: Max Design, Cantinho Português, Jornal da Praça, TV da PRAÇA, Enlace-media.com e Restaurante Consulado Mineiro.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

5º Festival de Cinema Latino-Americano


Está em cartaz em São Paulo a 5ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano (FestLatino), que exibe 137 filmes de 15 países e homenageia dois cineastas, o brasileiro João Batista de Andrade e o argentino Marcelo Piñeyro.

O cenário principal do evento é o Memorial da América Latina, que recebe mesas-redondas e conferências, mas as exibições – gratuitas – também acontecem em outras salas da cidade.

O FestLatino divide-se em seções: mostra Contemporâneos, com 24 títulos recentes e inéditos, em sua maioria; mostra Contemporâneos/Brasileiros, com títulos autorais/experimentais; Retrospectiva, com títulos já reconhecidos do grande público; e a dos homenageados João Batista de Andrade e Marcelo Piñeyro, que tinham diferentes maneiras de encarar a questão política: Andrade, de forma mais direta, em documentários e ficções; e Piñeyro, com enfoque histórico por meio de estudos de personagens ou grupos.

Festival Latino-Americano

Quando: de 12 a 18 de julho

Onde: Cinemateca Brasileira; Cinesesc; Cinusp; Memorial da América Latina; e Museu da Imagem e do Som.

Confira a programação completa no site do Festival.

terça-feira, 13 de julho de 2010

JAZZ SINFÔNICA

Dando prosseguimento à Série JAZZ jazz, com concertos dedicados ao gênero afro-americano, a orquestra Jazz Sinfônica faz uma apresentação amanhã, no Sesc Pinheiros. Sob a regência do maestro João Maurício Galindo, executará um programa sobre Duke Ellington, um dos mais importantes músicos norte-americanos de todos os tempos.

No repertório, temas clássicos imortalizados por Ellington e sua Big Band, aqui em orquestrações inéditas, feitas especialmente para a orquestra por talentosos arranjadores brasileiros da atualidade, como Maurício de Souza, Thiago Costa e Alexandre Mihanovich.

Onde: Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros – Rua Pais Leme, 195 – Telefone: (11) 3095-9400

Quando: quarta (14), às 21 horas.

Quanto: de R$ 3,50 a R$ 15

Veja um trecho da apresentação da Jazz Sinfônica em maio, no Auditório Ibirapuera:

Homenagem a Paulo Moura e ao Dia do Rock

Arquivo pessoal do artista

O clarinetista e saxofonista Paulo Moura era músico versátil, e passou pelas várias fases da MPB. Considerado um dos principais nomes da música instrumental brasileira, tocou com Ary Barroso, Dalva de Oliveira e Elis Regina, além de desenvolver pródiga carreira solo.

Paulista de São José do Rio Preto, morava no Rio há mais de 50 anos. Começou a estudar música aos nove, incentivado pelo pai e irmãos, também músicos. Com apenas 11 anos já tocava com o pai, Pedro Moura, em bailes populares. Daí seu talento em animar gafieiras por todo o país, até recentemente.

Em 2000, ganhou o Grammy Latino para Música de Raiz, com o trabalho “Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas”. Há dois anos, foi indicado ao Grammy na categoria Melhor CD Instrumental, com o disco “Pra cá e pra lá”.

Há menos de um mês, anunciei aqui seu show Bossa Batuta, apresentado durante dois dias no Sesc Pompeia. Nele, homenageou a bossa nova, já que integrou um dos únicos grupos instrumentais brasileiros que representaram o Brasil no histórico show realizado no Carneggie Hall, em Nova York, em 1962, ao lado dos irmãos Castro Neves, de Sérgio Mendes (piano) e de Dom Romão (bateria).

Paulo Moura morreu de linfoma ontem à noite, aos 77 anos, na Clínica São Vicente, no Rio. Seu último trabalho foi o CD AfroBossaNova, lançado em julho do ano passado. Ainda em 2009, fez shows na Tunísia e no Equador.

HOJE É DIA DE ROCK

O Dia Mundial do Rock nasceu em 13 de julho de 1985, quando Bob Geldof organizou o Live Aid, um show simultâneo em Londres e na Filadélfia, para angariar fundos para a Etiópia. O show, transmitido ao vivo pela BBC, contou com The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Eric Clapton e Black Sabbath.

Vinte anos depois, Bob Geldof organizou o Live 8, com estrutura maior e shows em mais países, com o objetivo de pressionar os líderes do G8 para perdoar a dívida externa dos países mais pobres e erradicar a miséria do mundo.

Hoje acordei lembrando da data, e de outro músico versátil, ZÉ RODRIX, que passeou também pelo rock. Aqui, em apresentação de 2007, na formação Sá, Rodrix e Guarabyra, com o clássico “Hoje ainda é dia de rock”.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Brigam Espanha e Holanda...

Domingo volta a “guerra” entre Espanha e Holanda, como na música de Milton Nascimento e Leila Diniz, Um Cafuné na Cabeça, Malandro, Eu Quero Até de Macaco...

Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
O mar é das gaivotas
Que nele sabem voar
Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
Brigam Espanha e Holanda
Porque não sabem que o mar
Porque não sabem que o mar
Porque não sabem que o mar
É de quem o sabe amar!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O poder dos coadjuvantes por excelência


Recentemente, assisti a dois filmes com o mesmo ator, o escocês Ewan McGregor. Aos 39 anos, faz tempo ele não é mais coadjuvante, mas desde o início da carreira ele mostra atuações sempre marcantes, mesmo em produções menos atraentes. É o caso de Golpista do Ano, que traz o famoso careteiro Jim Carrey (nada contra, gosto dele!) como protagonista. Neste, McGregor está loiríssimo, e é o companheiro do golpista Steven (Carrey), embora não compactue com suas tramoias. McGregor exibe uma interpretação contida, sem os famosos trejeitos que costumam estereotipar gays em filmes. Ele com certeza faz a diferença no filme em que Rodrigo Santoro faz outro pequeno papel em produção hollywoodiana.



Logo depois, vi Escritor Fantasma – um ótimo thriller, de Roman Polanski –,  em que McGregor é o personagem do título, contratado para escrever as memórias do famoso e polêmico político inglês Adam Lang (Pierce Brosnan). É aí que se observa a versatilidade do ator, em atuação completamente diferente, já que o personagem é bem mais proativo e complexo. Outro filme marcante da carreira do escocês é O Sonho de Cassandra (2008), de Woody Allen. Trainspotting é um dos mais famosos dele, e junto com Cova Rasa o revelou ao estrelato, consolidado com Moulin Rouge (2001) e Peixe Grande (2003), de Tim Burton, igualmente nada convencionais.

Pouco antes de O Escritor Fantasma, vi outro filme com Pierce Brosnan, Em Busca de Uma Nova Chance. O charmoso Brosnan é um dos melhores 007. Ele começou a chamar minha atenção desde que sua pequena aparição em Uma Babá Quase Perfeita (1993), em que fazia o namorado de Sally Field, ex-mulher de Robin Williams. Mas não é um ator de grandes nuances, tanto que no filme de Polanski é obscurecido por McGregor, e no Em Busca... toma “um banho” de interpretação de sua esposa na trama, Susan Sarandon. Aliás, Em Busca... é um tremendo dramalhão, em que a mãe não se conforma com a perda do filho adolescente num acidente. A beleza e a qualidade vêm justamente da atuação de Susan, e da jovem Carey Mulligan (premiada por Educação, que ainda não consegui ver), que sobreviveu ao acidente e surge, grávida, na presença dos pais do menino.


Chris Cooper e William Macy – Pertencentes à mesma geração, esses sim são coadjuvantes por excelência. Nada têm de bonitos, charmosos ou fortões, e quando ganham papéis de protagonista representam perfeitos vilões. Sempre roubam as cenas nos filmes em que aparecem, mesmo em participações pequenas. É o caso de Beleza Americana, Supremacia Bourne e O Encantador de Cavalos (Chris Cooper). Com ele, acabo de ver três filmes na TV, aos quais garante soberbo desempenho: Grandes Esperanças (de 1998, que revi, e é ótimo!), Vida de Casado (com Pierce Brosnan como o amigo mulherengo) e Quebra de Confiança (ambos de 2007), um thriller policial ao lado do também ótimo e sempre contido Ryan Phillipe.

Neblina e Sombras (1992, de Woody Allen), Mr. Holland (1995), Fargo (1996), Magnólia (1999) e Obrigado por Fumar (2005) são apenas alguns dos mais importantes filmes de que William H. Macy participou. Na TV, vi recentemente o até então para mim desconhecido Focus, em que, em plena Segunda Guerra, ele é um pacato gerente de RH cujos preconceituosos vizinhos julgam ser um judeu, principalmente depois de se casar com a personagem de Laura Dern (outra coadjuvante talentosa). O filme é bom, ao contrário do bobinho Motoqueiros Selvagens (2007), com ele, John Travolta, Tim Allen e Martin Lawrence como motociclistas veteranos que se metem em encrencas. Vale, aliás, pelo elenco, que garante boas risadas.

Confira todos esses títulos – veja ou reveja com atenção nesses atores –, depois me conte!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Simpáticas atrações gratuitas, hoje e amanhã

FILME ‘O CIRCO’

Logo mais, às 18 horas, tem filme mudo ao ar livre, na Praça do Patriarca, região central da cidade. Será sonorizado, ao vivo, pelo Quinteto Slap! de sopros, criado em 2007, que tocará a trilha do filme O Circo, de Charles Chaplin, como parte da programação do “No Centro da Arte 2010”. O espetáculo é promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil.

Confira um trecho:



GERMANO MATHIAS

A Copa acabou para os brasileiros – já tem gente escolhendo em quem torcer agora – mas as promoções culturais ligadas a futebol continuam. Como o show Futebol e Gafieira, com o veterano sambista Germano Mathias, que estará acompanhado por um quinteto musical composto por violão, cavaquinho, percussões e sopro, para apresentar repertório de sambas que tratam do futebol e gafieiras gravadas ao longo de sua carreira.

Onde: Sesc Consolação (Convivência) – Rua Dr. Vila Nova, 245
Quando: sábado (3), às 14 horas.
GRÁTIS

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Há ótimas exposições pela cidade

Guignard e uma de suas obras em Minas Gerais, onde viveu a partir de 1940.
Em pintura de 1941, nuvens se fundem a montanhas e igrejas

Guignard e o Oriente, no Instituto Tomie Ohtake

A tranquilidade das paisagens mineiras do pintor Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), em que montanhas se fundem com nuvens e balões de festa de São João evaporam pelos ares pode ter relação com as ‘chinesices’ (modos ou usos da China) que se encontram em Minas Gerais desde o século 18.

A nova mostra Guignard e o Oriente: China, Japão e Minas, revela a relação natural entre a obra de um dos maiores pintores brasileiros, fluminense que viveu desde a década de 1940 em Minas, com as tradições artísticas orientais, tanto da China como do Japão. Feita em parceria com a Casa Fiat de Cultura, por enquanto será apresentada apenas em São Paulo. São cerca de 100 obras, entre pinturas de Guignard e telas de pintores chineses contemporâneos do artista, além de gravuras japonesas, fotografias e objetos.

Onde: Instituto Tomie Ohtake – Avenida Brigadeiro Faria Lima, 201 – Pinheiros – Telefone: 2245-1900
Quando: de terça a domingo, das 11 às 20 horas. Até 29 de agosto.
GRÁTIS.

Foto de Thomaz Farkas (década de 40)

Dez anos do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM

Coleções de fotos em museus têm surgido cada vez mais, principalmente do final dos anos 1990 para cá. O tema é pauta constante das discussões sobre arte contemporânea, e agora surge em nova exposição do Clube de Colecionadores de Fotografia do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo), que comemora dez anos.

Criado pelo então curador do museu Tadeu Chiarelli, e pela curadora-assistente Rejane Cintrão, o clube já tem 55 obras e uma fila de espera para poder se associar. Na exposição que abre hoje para convidados, a partir de amanhã o visitante poderá acompanhar a trajetória da fotografia brasileira por meio de trabalhos de profissionais como Claudia Andujar, Maureen Bisilliat, Thomaz Farkas (foto), German Lorca, Fernando Lemos, Luiz Braga, Rafael Assef, Rosângela Rennó, entre outros.

A proposta do clube é representar uma produção mais experimental, retomada a partir dos anos 1990. Iniciado com a vinda de fotógrafos estrangeiros, nos anos 1940, o movimento foi perdendo espaço nos anos 1960 para o fotojornalismo que, durante 20 anos, foi a linguagem principal da fotografia brasileira, com raras exceções. A coleção está dividida em cinco frentes de pesquisa: Identidade Nacional, Documental Imaginário, Limites/Metalinguagem, Retrato/Autorretrato e Vanguardas Históricas.

Onde: MAM – Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, Pq. do Ibirapuera – Telefone: 5085-1300
Quando: de terça a domingo, das 10 às 17h30. Até 29 de agosto.
Quanto: R$ 5,50.