sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Tudo pode dar certo" deu certo no cinema

Tenho conseguido ver com certa regularidade os mais diversos filmes, tanto no cinema como na TV. E aqui destaco alguns.

TUDO PODE DAR CERTO – O sucesso do mais novo filme de Woody Allen lançado no Brasil pode ser explicado por sua volta ao gênero “existencial”, que o consagrou nos anos 70. Quem é fã de suas origens aplaude o retorno do protagonista inseguro e com dificuldades de relacionamento. A diferença é que, aqui, o ator que faz o alter ego de Allen é Larry David. Só que o interpreta de maneira antipática. Seria intencional? É ver e avaliar. Eu já sou mais fã de Allen em sua fase de mistério, suspense e crimes passionais.


VITTORIO DE SICA – MINHA VIDA, MEUS AMORES – O belíssimo documentário sobre o ator e diretor italiano não deve ter feito sucesso entre os espectadores e já saiu de cartaz. Uma pena, já que mostra depoimentos de diretores (Ettore Scola, Fellini, Woody Allen, Mike Leigh e Clint Eastwood, entre outros), amigos dele ou que se influenciaram por seu trabalho. Mostra sua versatilidade, making ofs de seus filmes (uma inovação para os anos 50) e até um pouco de sua intimidade – como seu vício em jogo e o fato de manter duas famílias paralelamente. Aguarde o lançamento do DVD, pois é imperdível!

O PEQUENO NICOLAU – Este lindo filme francês continua em cartaz nos cinemas. Há também versões dubladas, mas é muito mais atrativo para adultos, mesmo os que não tenham conhecido a infância dos anos 50. Traz bela reconstituição de época, lindo cenário, elenco de primeira, atuações primorosas das crianças – há o medroso, o distraído, o ousado, o inteligente... – e até uma original apresentação dos créditos iniciais. Quem leu a obra de René Goscinny (também autor de Asterix) não gostou muito, mas não é meu caso. Pra mim tudo foi novidade, e curti bastante.

O PREÇO DA TRAIÇÃO – Em compensação, me decepcionei neste filme com um casal de atores que adoro – Julianne Moore e Liam Neeson. Não, eles não estão nada ruins, aliás são o melhor do filme, e talvez isso explique continuar em cartaz. Mas é baseado em um filme francês que já não era tão bom, Nathalie (2003), porém mais bem realizado. Traz a nova estrelinha do cinema americano, Amanda Seyfried (de Mamma Mia e Cartas para Julieta) em um inesperado papel, bastante ousado para seus padrões, de uma garota de programa (Chloe, nome original do filme) que aceita a proposta da médica Catherine (Julianne Moore) para seduzir seu marido, já que desconfia estar sendo traída. Há uma reviravolta geral, com chantagem e sedução do filho do casal, Michael (o lindo e talentoso Max Thieriot). Eu não diria que vale conferir.

FARSA TRÁGICA – Sou superfã de Vincent Price, e ontem vi no TCM o filme de 1963, do diretor francês Jacques Tourneur. Além do grande canastrão do terror anglo-americano, o filme conta com três famosos atores da época: Peter Lorre, em um de seus últimos filmes; Boris Karloff – impagável como o sogro de Waldo Trumball (Price), surdo, distraído e meio pirado; e Basil Rathbone, o mais famoso Sherlock Holmes do cinema. Trumball é um bêbado que administra a funerária do sogro de maneira bizarra: com o auxílio de Felix Gillie (Lorre), reutiliza o mesmo caixão há 13 anos. Quando precisa de dinheiro, sai matando pessoas – só que nem sempre esse recurso dá certo. Com encenação bastante teatral, é um clássico do TERRIR, e até se chama originalmente The Comedy of Terrors. Sem contar a gata amarela Cleópatra – Orange, que viveu 15 anos, fez vários filmes e ganhou até prêmios de atuação –, que assiste a tudo, se manifesta e até permeia os créditos finais. Nada de terror, é show de risos!

Um comentário:

Malu disse...

boa lista de filmes! quero ver O Pequeno Nicolau em primeiro lugar. Recomendo a quem não leu os livros da série que aproveite e leia, são imperdíveis. Tive o privilégio de ler com meus filhos mas quem não tem crianças pode ler sozinho mesmo que são ótimos.