sábado, 19 de dezembro de 2009

Livros para quem ama cinema e São Paulo

Para este fim de semana e início de férias para muita gente, separei livros lançados recentemente cujos temas são minhas paixões: cinema – mais especificamente Mazzaropi, “caipira” paulistano; e São Paulo, vista pela ótica do tradicional bairro da Mooca.




MAZZAROPI – O caipira mais caipira do Brasil, foi escrito pelo cineasta e jornalista Galileu Garcia, que trabalhou como assistente de direção em vários dos filmes do grande ator e personagem, retrato vivo do brasileiro. Garcia, autor do roteiro de Pedro Malasartes, trabalhou com Mazzaropi em vários de seus 32 filmes, desde o primeiro, Sai da Frente. Ele relata momentos da vida e da carreira de Mazzaropi – aplaudido de pé no circo, no teatro e no cinema – com maestria de encantar. Mais que um livro, faz um registro da história deste artista que hoje é patrimônio nacional, e encanta até hoje muitas gerações, com seu humor simples e que documentou uma época em que cresciam as cidades, sem deixar de lado a crítica ao político demagogo. Cada capítulo, fotografia e ficha técnica dos 32 filmes que ele fez leva a uma viagem cheia de encanto e magia.

Lançado pela Editora Ilelis, tem 176 páginas e custa R$ 49,80 (na Livraria Cultura)
Fonte: Revista Company Sul – por Adenildo Lima, professor, poeta, coordenador editorial, escritor e palestrante.

CRÔNICAS DA MOOCA – Com a benção de San Gennaro

O jornalista Mino Carta resgata a memória do tradicional bairro paulistano e as trajetórias de distintos moradores. Em texto envolvente e apaixonado, Mino retoma os hábitos cultivados no bairro – entre eles a torcida pelo time de futebol, o espaço público constituído no hipódromo, a culinária e indústrias pioneiras, além da típica festa de San Gennaro. A obra revive momentos históricos da capital paulista, como “as greves de 1917 e 1919, a revolução de 1924, de lutas pela democracia, que tiveram por palco o bairro da Mooca”, nas palavras de Nelson Schapochnik, autor da orelha da edição.

O ensaio traz flagrantes de um bairro vivo, que acumulou tradições, mas não passou inócuo pelo processo de urbanização acelerada da cidade de São Paulo. Recheado de fotos antigas e atuais, que se encarregam de mostrar os efeitos do tempo. Na definição do fotógrafo Hélio Campos Mello, “São Paulo cresceu para cima, cresceu para os lados, e a Mooca foi obrigada a sacrificar boa parte de sua personalidade em troca dos condomínios verticais, com suas áreas de lazer e sua autossuficiência fechadas atrás de grades e de muros altos”. “Costumo revisitar pessoas e lugares, vivos porque vivo estou. (...) No bairro, se ando nele como em outros tempos, toma-me algo mais fundo que a própria saudade de mim mesmo”, relata Mino.

Criador de vários jornais e revistas que revolucionaram a imprensa de São Paulo, Mino Carta é diretor de redação da revista Carta Capital. Hélio Campos Mello, fotógrafo, é diretor de redação da revista Brasileiros.

Escrito por Mino Carta, com fotos de Hélio Campos Mello, Crônicas da Mooca tem 96 páginas e custa R$ 29. Integra a Coleção Pauliceia da Boitempo Editorial, coordenada por Emir Sader, e da qual recomendo também Meu Velho Centro, de Heródoto Barbeiro.


Foto by Laila, tirada na Mooca

BURACO também é cultura?

Este “buraquinho” é uma pequena amostra de como estão as ruas pela cidade. Ruas e calçadas. Você dirá: pedestre não deve andar pela rua! Ora, e pra atravessá-la? As faixas de pedestres também estão em petição de miséria, e a gente tem de andar pisando em ovos na hora de atravessá-las, por três motivos: pra ver se todos pararam mesmo pra você atravessar; pra ver se ninguém vai furar o sinal; e pra não virar o pé e cair no meio da rua, como já aconteceu comigo!! E, com tudo isso, tem de passar depressinha, senão o sinal fecha de novo! E isso tem a ver com cultura, sim, pois numa queda brava, fiquei de molho em casa por um mês, sem poder nem ir ao cinema de metrô e caminhando, como gosto!


Foto by Laila, tirada na Mooca


SÃO PAULO Abandonada & Antiga

Para quem, como eu, curte conhecer São Paulo e quer saber mais sobre a cidade, recomendo navegar pelo site São Paulo Abandonada & Antiga, feito por quem luta para preservar a memória da cidade e por sua restauração e conservação.

7 comentários:

Anônimo disse...

Ê sardade! Foto linda essa do museu! A propósito, por falar em buraco, sei que são coisas absolutamente diferentes, mas não é por nada não, mas o que a gente vê de motoqueiro caindo porque escorregou nos trilhos do bonde... é o contraste do velho com o novo... moderno com pós moderno. bjos!

Laila Guilherme disse...

Nessa rua com trilhos de bonde cai muito motoqueiro, mesmo, e carro derrapa que é uma "beleza"!

Gostei do comentário, anônimo, lembre de assinar o próximo!!

pituco disse...

é sempre lindo andar na cidade de são paulo...

bacci mille
curti a postagem e que saudade

Ines Correia disse...

É bom saber que a nossa velha Mooca ainda dá midia. Continue com o texto agradável de sempre

Laila Guilherme disse...

É verdade, Inês, e a velha Mooca já não é mais a mesma, isso sim! Continue prestigiando...

Anônimo disse...

Orra meu.
Viu bela, nessas crônicas tem a história da Dona Nota, minha vizinha nona ... 90 anos e faz o molho da Sann Gennaro.
Auguri per tutti ... Buone Festi.
Luigi Biason

Laila Guilherme disse...

Que legal! Parabéns à Dona Nota!