segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Terminou o Ano da França no Brasil


Cena do delicioso filme Quando Estou Amando

Já faz uns dias que terminou 2009, mas só agora consigo falar a respeito do Ano da França no Brasil. Foi um período cheio de eventos culturais, como peças de teatro, dança, performances e, claro, muitos filmes. Afinal, o brasileiro sempre foi fã de cinema francês. Quanto a mim, tenho – ou tinha – as minhas restrições.

Houve uma época em que – juro – eu tentava assistir a filmes franceses e geralmente me sentia frustrada: passadas décadas do movimento nouvelle vague, ainda predominavam temas existencialistas e de difícil “digestão” na tela grande. Pelo menos para mim. Defino assim: franceses, há os que amo e os que odeio! Ainda outro dia ri bastante ao rever Trafic (1971), com Jacques Tati, que havia visto quando criança. Em compensação, não consegui ver inteiros os filmes da recente sessão francesa do Canal Brasil em homenagem à ocasião, a maioria de Truffaut.

De uns tempos para cá, o cinema francês passou por notáveis transformações e criou uma estética menos formal e mais autêntica. Aí passei a gostar do que via, filmes com doses certas de romance, crítica social e moral, pitadas de humor negro e algum suspense. Mas Medos Privados em Lugares Públicos, do veterano Alain Resnais, não é um deles. Todos gostam – público e crítica –, mas não integro essa unanimidade. Do diretor, gostei só de Beijo na Boca Não (2003), uma opereta com muito humor. Por isso nem vou tentar ver Ervas Daninhas, e espero passar num canal a cabo. Eric Rohmer morreu há poucos dias, aos 89 anos. Muito elogiado, também não simpatizava com seus filmes.

Está em cartaz o triste e bonito Partir (2009), de Catherine Corsini, com o carismático e sensual casal de protagonistas interpretado pela inglesa Kristin Scott Thomas e pelo catalão Sergi López.

Quando Estou Amando (2006) é leve e agradável, e tem como protagonista o veterano Gérard Depardieu, sempre charmoso, ao lado da jovem Cécile De France, que fez outro simpático filme, Um Lugar na Plateia (2006), dirigido por Danièle Thompson. O filme é dedicado à atriz Suzanne Flon, que fez a avó da personagem Marion, e faleceu aos 87 anos, pouco após o término das filmagens. Outra curiosidade é que Danièle Thompson assina o roteiro tendo como parceiro seu filho, Christopher Thompson, e segue os passos do pai, o ator e diretor Gérard Oury (1919-2006).

Duas Senhoras – em cartaz apenas no Cinesesc – é outro belo filme, despretensioso. (Talvez seja disso que me ressinta mais: em minha modesta opinião, os clássicos e cultuados filmes franceses são pretensiosos demais para o meu gosto.) Trata-se da amizade de duas senhoras de origem argelina. Porém, uma é muçulmana e a outra é judia. Elas se sobrepõem aos preconceitos dos outros e criam laços que superam as diferenças que poderiam existir, porque se respeitam, mesmo nos contrastes.

Há muitos outros filmes franceses de que tenho gostado, mas ficam pra outra ocasião...

2 comentários:

pituco disse...

laila,

queridona, ao ler tua postagem...não com a atenção devida,por causa do tempo restrito...coincidentemente, ouço jacques briel...hehehe...que acabo de baixar.

mille baisers
namaste

Laila Guilherme disse...

Aguarde, Pituco, que amanhã postarei sobre minhas idas aos cinemas em todos os lugares. Os daí são bons? Um dia conhecerei...

Bacci.