quinta-feira, 1 de abril de 2010

Filmes e shows que tenho visto

Prometi aqui um post sobre filmes e shows que tenho visto. Primeiro, falarei de três filmes que vi na semana passada:

Foto: The 20th Century Fox.

Um Sonho Possível – Filme que deu o Oscar de melhor atriz para Sandra Bullock. Não era para tanto, mas ela estava muito bem. Foi chamado de paternalista pela imprensa, parecendo distante da realidade, embora baseado em fatos reais. Afinal, trata-se de uma mulher bem-sucedida (Leigh Anne) que resolve “adotar” um jovem negro desfavorecido, e incentivá-lo a jogar futebol para conquistar uma bolsa em universidade. É bem dirigido e montado, para mim foi bastante atraente. E o ator que faz o que Merten, do Estadão, chamou de “precioso” (“Big” Michael Ohen), é ótimo: o grandalhão Quinton Aaron (ator de 27 anos que fez o papel de um quase adolescente), que tem mais de 2 metros de altura, e passou despercebido em filmes que fez anteriormente. Destaque também para o filho de Leigh Anne, S.J. (Jae Head, na foto, com Quinton Aaron).

Um Homem Sério – Um dos poucos filmes com tradução literal (do original A Serious Man), é o mais recente dos irmãos Coen lançado no Brasil. Foi considerado pela imprensa o melhor da dupla, mas eu discordo. Achei terrivelmente maçante. Autobiográfico – narra fatos ocorridos na infância dos irmãos em bairro judaico, nos anos 60 – é outro daqueles filmes que chamo de “metafóricos” e “simbólicos”, coisa que para a minha cabeça não funciona. Não entendi a “piada” e não gostei, embora com a ressalva das ótimas atuações, principalmente do ‘tio Arthur’ (Richard Kind, conhecido de seriados), do pai (Michael Stuhlbarg) e do menino (Aaron Wolff).

Direito de Amar (do título original A Single Man, o título em português lembra o de uma antiga novela) – Sempre achei o inglês Colin Firth um ótimo ator, e aqui ele se revela ainda melhor, como um professor homossexual (George) assumido em plenos anos 60 (imagine a barra!). Assisti no mesmo dia de Um Homem Sério, e as coincidências param na época retratada. Trata-se do primeiro filme escrito, dirigido e produzido pelo estilista americano Tom Ford, assumidamente gay, e nascido nessa época. George acaba de perder seu companheiro de muitos anos em um grave acidente, e passa a ficar deprimido. No entanto, começa a ser assediado por um aluno, que percebe sua orientação sexual. Entre um encontro com ele e com a amiga Charley (a também ótima Julianne Moore), ele tenta dar cabo de sua vida. Como é muito meticuloso, quer deixar tudo organizado para o “grande dia”. Sensível, bonito, agradável de ver e muito humano, é baseado em livro de Christopher Isherwood.

Hoje pretendo ir ver, enfim, o argentino O Segredo dos seus Olhos e o francês Diário Perdido.

SHOWS: CAUBY, VERÔNICA FERRIANI, SOLISTAS DISSONANTES

Cauby cantou o tempo todo sentado, e levantou-se só para os agradecimentos

Cauby Peixoto, que até hoje não assume 80 anos (parou nos 79) cantou sentado, em mais um show em homenagem a Roberto Carlos (ele gravou um disco só com músicas do “Rei”, em rara autorização do autor). As cortinas do Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, se abrem e ele está lá, sentado, e assim ficou durante todo o show. As interpretações, arranjos e bandas são realmente um primor, mas nem é preciso dizer que foi um show muito parado. E que o público – na tarde de uma quinta-feira – era predominantemente de pessoas idosas. Mas valeu! Cauby é sempre Cauby! Não faltou nem Conceição, embora o show fosse em homenagem a Roberto Carlos...


O trombone de Tiquinho deu tom original aos arranjos

Vi pela primeira vez Verônica Ferriani em uma curta apresentação em show aberto no Sesc Vila Mariana, e desta vez consegui ver um show seu mais completo, embora curtinho (pouco mais de uma hora). Traz lindos e novos arranjos e interpretações para músicas como “Eu Amo Você”, de Tim Maia, que cantou à capela, “Preciso Aprender a Só Ser”, de Gilberto Gil; “Juízo Final”, de Nelson Cavaquinho, relembrando a linda gravação de Clara Nunes; “Com mais de 30”, de Marcos e Paulo Sérgio Valle; e “O Que se leva desta Vida”, de Pedro Caetano, que já são clássicos em seu diversificado repertório. Taí uma jovem cantora de muito talento e batalhadora, acompanhada de grandes músicos, como Marcelo Mariano (baixo) e Tiquinho que, ao trombone, deu todo o tom original aos arranjos”. Os percussionistas Leo Rodrigues e Paulinho Sampagode também brilharam!

 
Alaíde em dois dias diferentes: Adyel, Virginia Rosa, Áurea e Graça; Rosa Maria, Eliana Pittman, Leila Maria e Misty 

Rosa Maria Colyn, bem teatral, cantou até à capela e sem microfone; Misty cantou Little Wing, de Jimi Hendrix, acompanhada de Kleber K. Shima, em participação especialíssima, que nem constava dos créditos do programa.

Solistas Dissonantes – O projeto surgiu a partir do TCC do hoje pesquisador Ricardo Santhiago, que lançou livro do mesmo nome homenageando treze cantoras negras que – ao contrário não têm como foco principal o samba. Alaíde Costa – com seu repertório de bossa nova e samba-canção – foi a anfitriã de cantoras ecléticas, em três dias de shows (fui ao segundo e ao terceiro), pela ordem: Arícia Mess (que não conheço e acabei não vendo), Izzy Gordon, Zezé Motta, Graça Cunha, Áurea Martins, Virginia Rosa, Adyel Silva, Eliana Pittman, Rosa Maria Colyn, Leila Maria e Misty. No último dia, Misty, Rosa Maria e Leila Maria deram o tom de jazz e até rock (Misty cantou Little Wing, de Jimi Hendrix, acompanhada pela brilhante guitarra de Kleber K. Shima). Eliana Pittman, que eu não via há muito tempo, mostrou-se agitada no palco, e cantando muito bem. VALEU!

2 comentários:

pituco disse...

variadíssima tua programação, hein, moça?

cauby, cantoras veteranas e novatas, sá,rodrix e guarabira...mamma mia, e ainda tempo pra cinema?...que fôlego!...estás de parabéns

não conheço o guitarrista, mas a maioria das cantoras,sim...

bacci mille
namaste

Laila Guilherme disse...

Pois é, Pituco, também não conhecia o K. Shima, mas descobri na internet que é muito badalado entre guitarristas, e dá cursos pra lá de especiais. E mandou bem no rock!

Legal o detalhe da guitarra do Abujamra... E nada sem importância...

Semana passada foi especialmente agitada (bem, o do Cauby foi na outra), e ainda consegui trabalhar!

bacci mille!