quinta-feira, 21 de abril de 2011

Comédias italianas, lágrimas para personalidades do cinema

Divórcio à italiana, de Pietro Germi, também está na mostra
Começou dia 19 e prossegue até 1º de maio, na Caixa Cultural Sé, em São Paulo, a mostra Commedia All’Italiana, com filmes dos mais importantes cineastas italianos sob o ponto de vista da comédia.

Veja alguns dos destaques:

De Mario Moniccelli – falecido em novembro de 2010 –, serão exibidos sete filmes, entre eles O incrível exército de Brancaleone, Boccaccio 70 e A grande guerra. De Dino Risi, Aquele que sabe viver; de Ettore Scola, Feios, sujos e malvados e Nós, que nos amávamos tanto; de Vittorio de Sica, Ontem, hoje e amanhã; de Lina Wertmüller, Mimi, o metalúrgico.

Depois, a mostra segue para o Rio e Brasília. Confira a programação completa, que inclui cursos, no site da Caixa Cultural.

O quê: Mostra Commedia All’Italiana
Quando: até 1º de maio, em horários variados.
Onde: Caixa Cultural Sé – Praça da Sé, 111
Quanto: entrada franca

LÁGRIMAS NO CINEMA

Falamos de comédias italianas, agora vamos às lágrimas.
LIZ TAYLOR – Há tempos estou para escrever sobre a diva dos olhos violeta, que nos deixou há quase um mês, no dia 23 de março. Liz teve uma das mais longas carreiras do cinema, já que começou muito cedo, em 1942, com apenas dez anos. Trabalhou continuamente até o início dos anos 2000, quando a saúde a debilitou de vez.

Idas e vindas de casamentos, filhos e reabilitações não a impediram de manter quase 60 anos de respeitada carreira. Provou beleza e talento desde o início, com papéis de destaque em filmes consagrados. Apenas para citar alguns: A mocidade é assim mesmo (quando caiu do cavalo numa cena, o que a fez sofrer dores na coluna ao longo de toda a vida); Um lugar ao sol; Assim caminha a humanidade; e Gata em teto (ou seria telhado?) de zinco quente. Não gostou da própria interpretação (nem do filme) em Disque Butterfield 8. Seu papel de mais destaque foi em Cleópatra, quando conheceu o grande amor, Richard Burton, e cujas rusgas de casal transpuseram a tela em Quem tem medo de Virginia Wolff, sem medo de se mostrar feia e bêbada.

Abraçou grandes causas, sendo uma das primeiras ativistas pela queda do preconceito à aids e a favor da descoberta da cura, e foi grande protetora dos animais – às vezes parecia ter mais afinidade com seus cães do que com os filhos.
Lumet, aos 83 anos, em cena de seu último filme, Antes que o diabo... (2007)
SIDNEY LUMET Pouco depois da inglesa, porém sem o mesmo destaque para a notícia, morreu no dia 9 de abril uma igualmente importante e prolífica personalidade, o cineasta norte-americano Sidney Lumet. Mais velho do que ela (nasceu em 1924), Lumet iniciou a carreira em 1951 e a encerrou em 2007, com o triste (e imperdível) Antes que o diabo saiba que você está morto. Vindo de família teatral, também ele começou no teatro, e seu primeiro filme já foi um sucesso e é um dos grandes cults: 12 Homens e uma sentença.

Sempre levantando temas como corrupção, injustiça, violência, ambição e traição, destacou-se também com Serpico, Um dia de cão, Rede de intrigas, A manhã seguinte, Assassinato no Expresso Oriente e Sombras da lei, só para citar alguns de seus mais de 70 filmes. Fez também o teatral (e chatinho) Equus, com Richard Burton; e até a fantasia O mágico inesquecível (que nunca vi), com Diana Ross e Michael Jackson. Com certeza serviu e ainda serve de inspiração para cineastas de muitas gerações.

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