quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Para gostar de escrever



Não sei quanto a vocês, mas eu me sinto cercada de informações por todos os lados. Isso não me cansa, nem mentalmente. Ao contrário, tento acompanhar tudo e, na medida do possível, repassar o que acho interessante para os amigos e até para mim mesma. Por isso, há algum tempo, ando sempre com bloquinhos e papeizinhos para anotar tudo: observações e tópicos para pesquisar mais a fundo depois.

O duro é organizar tudo e não deixar passar nada e, quando não consigo, isso me deixa um pouco frustrada. Ainda mais depois que criei o blog, para onde tento passar tudo o que vejo, nem sempre com sucesso. Principalmente nos últimos dias, em que ando atolada com trabalho – sim, também escrevo como ofício, e lido com textos como ganha-pão.

Acabo negligenciando as leituras de livros, pois me falta aquele tempo de sossego e contemplação de que preciso para essa atividade, mas voltarei a ser ávida leitora! E, com essa história de internet, criei o péssimo hábito de ler tudo "dinamicamente"...

Agora, então, ficou pior, pois, além das redes sociais tradicionais, acabo de aderir ao Twitter – para mim um ato de brincar de escrever e um bom desafio, já que sou obrigada a me limitar a apenas 140 toques...

Quem me conhece sabe como falo bastante, e faço isso na escrita também. Escrevo e depois enxugo, na medida do possível.

Quando trabalhei em rádio, ocorria o contrário. Aprendi a escrever tão sucinta e objetivamente que era difícil encarar um texto de fôlego para jornal ou revista.

Escrever sobre o que se gosta e sobre temas que se escolhe é mais fácil, porém me exige – e me exijo – pesquisa e o filtro das tantas informações que encontro.

Quando li sobre o lançamento de uma “incomum autobiografia”, como classificou uma pequena nota no Estadão num dia de setembro, me ocorreu o assunto “ofício de escrever”, e lá se vai quase um mês!

Trata-se de “O Operário do Livro”, de Leonídio Balbino. O que me chamou a atenção foi que o escritor alagoano aprendeu a ler sozinho, aos 20 anos, já morando em São Paulo. O aprendizado se iniciou quando ele observava placas e letreiros de rua, até por uma questão de sobrevivência. Balbino – hoje com 60 e poucos anos, pelos meus cálculos – é dono de sua própria editora, a Lisa Livros, que já publicou mais de 2 mil títulos. Nada mais sei sobre o autor ou o livro, apenas que, ironicamente, foi lançado poucos dias depois da morte do acadêmico Antonio Olinto, que escreveu o prefácio.




2 comentários:

Novaes disse...

Oi Laila!!!! Eis-me aqui tra veiz!!!!
Adorei esse texto, me identifiquei pra caramba!! Me sinto bombardeado pelas informações, mas ando muito seletivo! Quando eu era adolescente, tinha muito pouca coisa pra saber, sobrava tempo pra ler, não tinha tv a cabo nem computador, o tempo era preenchido com o papo com os amigos, com o rádio e com muita leitura! E como demorava pra passar...Muito bom seu blog! Adoro! Bjs.

Laila Guilherme disse...

Verdade, e a gente ainda se visitava!! Fora que perdemos muito tempo nos deslocamentos pela cidade... Quando falo que vou ficar meia horinha na Internet, lá se vão 3, 4 horas...
bjs.