A Cinemateca Brasileira promove a quinta edição da Jornada Brasileira de Cinema Silencioso, evento dedicado aos filmes produzidos desde o final do século XIX até aproximadamente 1930, quando a chegada do som modificou os rumos da arte cinematográfica. Com curadoria geral de Carlos Roberto de Souza, a Jornada privilegia novamente uma cinematografia nacional do período silencioso e os trabalhos de preservação dos arquivos de filme de um determinado país.
Nesta edição - que começou ontem e termina dia 14 -, o foco é o cinema silencioso da Itália, que despontou em 1910 e ficou conhecido por todo o mundo. Por esse motivo, Luca Giuliani, diretor do Museo Nazionale del Cinema, será responsável ainda pela conferência inaugural da V Jornada.
O centenário da chegada do italiano Gilberto Rossi ao Brasil, importante cinegrafista do período silencioso brasileiro, também será tema de um dos programas do evento e de uma exposição fotográfica.
O evento também celebra os 150 anos de nascimento de Georges Méliès, considerado o criador do espetáculo cinematográfico, com a exibição de alguns filmes de sua autoria.
O programa Janela para a América Latina, por sua vez, que se dedica a resgatar pérolas do cinema silenciosos do continente, apresenta Garras de ouro, realizado na Colômbia em 1926 por P.P. Jambrina. Considerado o primeiro filme antiimperialista realizado na América Latina, o longa-metragem integra simultaneamente a programação deste mês do Ciclo de Cinema e Psicanálise – América Latina Sem Fronteiras.
Já o tradicional programa Destaques de Pordenone, que reúne anualmente filmes apresentados no festival Giornate del Cinema Muto, especialmente escolhidos por Paolo Cherchi Usai, exibe dois filmes franceses e dois alemães.
A programação inclui ainda dois filmes silenciosos amadores realizados no Rio Grande do Sul já após o advento do cinema sonoro, ambos restaurados pela Cinemateca Brasileira.
O evento inclui ainda a realização de palestras e mesas de debate e uma sessão especial, hoje, dia 6, às 20 horas, do filme Os Últimos Dias de Pompeia, que será projetado na fachada do Auditório Ibirapuera, ao ar livre, com acompanhamento musical da Banda Jazz Sinfônica de Diadema, regida pelo maestro Todd Murphy.
Todos os filmes da Jornada serão exibidos com acompanhamento musical ao vivo na Sala Cinemateca BNDES e em projeção silenciosa na Sala Cinemateca Petrobras. A curadoria musical do evento é, mais uma vez, de responsabilidade do compositor Livio Tragtenberg, que convidou, dentre outros artistas, as bandas Violeta de Outono e Coração Quiáltera, Max de Castro, Michelle Agnes, Fabio Tagliaferri, Dino Barioni, Antonio Loureiro e Laércio de Freitas.
Confira a programação completa no site do evento.
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