domingo, 14 de março de 2010

Baby, Elza e Ademilde, mais homenagem a Glauco

Graças ao “santo Sesc”, fui ver 13 shows só este ano até agora, e apenas três não foram lá. Afinal, com os preços que estão por aí, está impossível ir a casas de shows e teatros.

O 13º foi ontem, com a reunião de cantoras de três gerações: Baby do Brasil, Elza Soares e Ademilde Fonseca, no Sesc Vila Mariana. Foi uma emoção só. Ao final da apresentação de cada uma, todos do lotado teatro aplaudiram de pé. No bis, as três cantaram Brasileirinho, como não podia deixar de ser.

Ademilde, como bem lembrou o amigo Pituco, cantou nos anos 70 uma música de João Bosco & Aldir Blanc feita em sua homenagem, “Títulos de Nobreza”, um choro cuja letra (abaixo) reúne brilhantemente títulos de diversos choros. Foi assim que, adolescente, conheci a “dama do choro”. E sei que, infelizmente, pessoas da minha geração e principalmente mais jovens nunca ouviram falar nela. Na mesma época, a dupla homenageou Ângela Maria com o bolero “Miss Suéter”.

Hoje, aos 89 anos e com as óbvias limitações da idade – ela mesma admitiu que não tem mais as mesmas cordas vocais de antes e nem a velocidade que cantar um choro exige – Ademilde fez bonito em sua participação especial. Baby estava supercomunicativa, falante e cantando muito bem, embora tenha alongado demais algumas interpretações. Elza Soares, cantando apoiada porque havia torcido o tornozelo, cantou demais! Pena que não levei câmera para registrar tudo, perdi essa! Mas valeu!

Abaixo da letra, imagens do folder, contendo o repertório do show de duas horas, que sofreu algumas modificações.

Títulos de Nobreza (Ademilde no Choro)

João Bosco & Aldir Blanc

Tira a poeira das reminiscências
Simplicidade e lamento, jamais
Pérolas, língua de preto, cadência
Mágoas, cristal, pedacinho do céu
Murmurando, ingênuo, migalhas de amor
Saxofone, me diz, porque choras
Ai carinhoso e brejeiro, o chorinho Odeon
Nas noites cariocas
Naquele tempo, chorei, vou vivendo
Nosso romance ainda me recordo
Flor amorosa, apanhei-te, assanhado
Numa seresta de sapato novo
Eu vascaíno, um a zero
Entre mil vibrações, Ademilde no choro.


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Charge de Caio Futur (reprodução)

Adeus a Glauco

Esta semana, aconteceu com o cartunista Glauco o que ninguém jamais imaginaria: saiu da coluna de charges para o noticiário policial, após seu brutal assassinato – e do filho Raoni – por um conhecido da família que está foragido. Dezenas de ilustradores o homenagearam em charges, e acima reproduzo apenas uma delas.

E mais não há a dizer...

3 comentários:

pituco disse...

laila,

lindo show e triste notícia...

bacci mille

Laila Guilherme disse...

Por falar em shows e casas de show, sábado fiz questão de passar em frente ao "Parmera" pra ver o povo da fila que aguardava a entrada para o show do Guns'n'Roses. Uma banda tão antiga e só tinha molecada na fila. Talvez os dispostos a enfrentar horas e até dias naquele calorão (tinha gente acampando lá desde segunda-feira!). Espero que tenha valido a pena para eles e para os mais velhos, também. Li que Axl Rose estava mais simpático que nos shows de Brasília e do Rio...

Renato disse...

Laila, assisti ontem ao show da Elza Soares, Baby Consuelo e Ademilde Fonseca. Foi maravilhoso, muito emocionante mesmo. Foi um momento desses que ficam pra sempre. Aliás, especialidade do Sesc, proporcionar momentos marcantes.
Grande abraço,
Renato