sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eu na Copa (???)


As interrogações se devem ao fato de eu não gostar de Copa. E as pessoas se admiram de eu não gostar de futebol, “nem na Copa”, como costumam observar.

Não gosto, não entendo, não tenho paciência... E odeio a barulheira que fazem antes, durante e depois dos jogos... Não sou como alguns radicais, que prefeririam ver o Brasil caindo fora logo no início. Não! Não tenho nada contra quem torce, ao contrário. O envolvimento das pessoas, principalmente em massa – com exceção de barulho, brigas e exageros –, e a abertura de cada jogo, com a execução dos hinos, me emocionam.

E as entrevistas e reportagens de todo o “cerco” ao evento: passeios, comidas, movimentação de pessoas em termos mundiais. As torcidas em lugares públicos com telões... A torcida de africanos por outras seleções do continente – ao contrário de europeus ou latino-americanos, que torcem uns contra os outros... Enfim, o esporte como integração. Isso eu valorizo. Assim como em Olimpíadas, inclusive as de inverno. Sem contar a grana que se movimenta. Da cervejinha no bar, das bandeirinhas nas lojas e ruas, e das chatíssimas vuvuzelas, até empregos temporários, turismo e publicidade. Poucos são os segmentos que saem perdendo nesse período.

Eu na Copa sou alguém que está no mundo. Nem querendo, não dá pra me alienar. O buzinaço e os cornetões de pré-jogo não deixam. Não vejo Copa, mas hoje acabei “ouvindo” o jogo na TV, enquanto tentava fazer algo na internet. A lerdeza por conta do antivírus escaneando e a barulheira me impediam de me concentrar em qualquer outra coisa, e aproveitei pra ir caminhar. Afinal, não poderia usar como desculpa a falta de tempo.

Saí, já no meio do segundo tempo, e me admirei com o movimento nas ruas, muita gente já desistindo. Ouvi até comentários de que o jogo estava dando sono... Tinha até trabalhadores ao sol, descansando após o almoço. De vez em quando uns gritos de quem via a TV nos pequenos bares e restaurantes. Eram (muitos) quase gols!

E daí a pouco as ruas começam a se encher mais, e nada de barulho – que bom! Alguns continuaram tomando sua cervejinha nas portas dos bares, e no geral os comentários sobre o zero a zero. Gostei disso. Como leiga e absolutamente imparcial, acho que o brasileiro – torcida e seleção – está sempre de salto alto. Neguinho chutou em bolões 4 x 1, 5 x 1, 5 x 0... O resultado foi bom – porque não teve barulho! – pra calar a boca do brasileiro que adora gozar do português. E a coisa agora deve se inverter e todo mundo ficar bem quietinho. Melhor ainda porque não desperdiçaram fogos nem vuvuzelas, sossego total – explosão talvez guardada para os próximos jogos. E isso em plena sexta-feira...

4 comentários:

disse...

Bom, você já sabe que eu também não faço parte das pessoas que acompanham a copa. Acho que última vez que acompanhei, mais pela reunião de pessoas - coisa difícil naquela época - foi a de 1978!
Hoje também aproveitei o horário do jogo para correr. Pensei em fazer isso em todas as partidas, exatamente pelo sossego, mas só hoje deu tempo... Uma delícia a cidade vazia (sai no começo do jogo e voltei no meio do segundo tempo) e, de quebra, sem o barulhão!
beijo

Laila Guilherme disse...

Pois essa é uma boa dica pra curtir a cidade de maneira diferente! Eu curti em turma uma copa há "menos" tempo, mas já tem uns 12 anos...

Malu disse...

bom, eu sou da turma que só vê futebol na Copa. Fora quando tem alguma final por aqui interessante, com o timão jogando ou mesmo o Santos que está bem legal com os meninos novos. Mas, convenhamos, precisa ter muito sangue frio para sair e passear num momento desses! faz tempo que não vejo uma copa coletivamente, na casa de amigos ou em casa mesmo com mais pessoas, mas acho muito divertido!

Laila Guilherme disse...

Se eu fizer isso, ficar 'assistindo' em turma, só atrapalho... Tenho visto gente andando por aí, a pé ou de carro na hora dos jogos. E até torcendo pra outras seleções...