terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Solista e A Gafieira


Ontem, enfim, quebrei um longo jejum de cinema. Sempre que posso, vejo filmes pelo menos em casa, mas ao cinema fazia “décadas” que não ia – justo eu, que há anos vejo pelo menos dois filmes por semana nas telonas. E valeu a pena, pelos dois – raramente vou ver apenas um.

Primeiro, O Solista, do qual pouco ouço falar. Dirigido pelo inglês Joe Wright - de Desejo e Reparação e Orgulho e  Preconceito - merece mais, porque é o que chamo de pequeno grande filme, baseado em livro do jornalista Steve Lopez.

Steve (Robert Downey Jr., de quem sou grande fã) precisa de um bom tema para sua coluna no Los Angeles Times. À procura de personagens, encontra um músico de rua, Nataniel Ayers (Jamie Foxx, que fez Ray e outros bons papéis). Aos pés da estátua de Beethoven, pichada com o nome de Stevie Wonder, ele toca um violino de duas cordas. Quando Steve puxa assunto, Nataniel desanda a falar, e uma das poucas palavras que o jornalista consegue identificar é “Juilliard”. De volta à redação, descobre que ele se tornara esquizofrênico no meio dos estudos na famosa escola de música de NY, indo parar nas ruas do outro lado do país. Só volta a encontrá-lo num dos túneis da cidade, que atrai o músico provavelmente por seu barulho encobrir as vozes que o atormentam.

Achei um filme sensível, com doses de humor, que questiona o sistema de albergues públicos e os tratamentos convencionais de problemas mentais. Resta aguardar a volta de Downey Jr. – ele mesmo vítima de problemas com drogas e álcool e por vezes ausente das telas – em janeiro, no papel de Sherlock Holmes, outro personagem atormentado, que terá a companhia de Jude Law como Watson. Que dupla!

Minutos depois, vi Bastardos Inglórios, que haviam me elogiado muito. Realmente, um ótimo filme de Tarantino – nunca quis ver a série Kill Bill, porque odeio filmes de artes marciais – com relativamente pouca violência e que conta uma história com começo, meio e fim, em capítulos. Ele revive a época do nazismo na Europa, retratando uma suposta brigada antinazista norte-americana liderada pelo “caipira” Brad Pitt, que trama a morte de toda a cúpula da SS, incluindo Hitler. Embora longo, é um filme que não cansa e tem final bem imprevisível...



Gafieira São Paulo no Sesi


A Gafieira São Paulo, grupo liderado pela cantora Verônica Ferriani, com direção musical de Cahê Rolfsen e Conrado Goys, e direção artística de Pedro Altman, tem apresentação única no Teatro Popular do Sesi, com repertório essencialmente brasileiro, que revive a atmosfera das antigas gafieiras dos anos 60.

Quando: quarta-feira (25), às 20 horas.
Onde: Sesi – Avenida Paulista, 1.313
Quanto: R$ 5 a R$ 10 (apenas dois ingressos por pessoa)

Informações: Ticketmaster (11) 2846-6000.

2 comentários:

Laura Fuentes disse...

Ví o Jamie Foxx contando numa entrevista do quanto foi complicado fazer esse trabalho, porque ele próprio teve suas fases de esquizofrenia no passado,e que tratou há muito tempo. Só que a doença ameaçou voltar durante as filmagens. Ao ver que ele sofria tanto para viver aquele personagem perturbado, o diretor até sugeriu substituí-lo, mas ele insistiu, conseguiu fazer, com a ajuda de um psiquiatra no suporte, e agora já está bem.
Adoro o Robert Downey, um raro talento e torço por ele.
Assim que puder quero ver esse filmaço.

Laila Guilherme disse...

Não sabia dessa história do Jamie Foxx. Independentemente desse passado, um papel como esse mexeria com qualquer um!