Mick Rock/Divulgação |
Escrita pelo jornalista americano Marc Spitz – fã declarado de Bowie –, trata-se de um trabalho de grande fôlego, resultado de profundas pesquisas não só sobre o artista que virou mito a partir dos anos 60, mas também sobre a história do cenário pop/rock a partir dessa década.
Tenho orgulho de ter integrado a equipe de produção do livro (fiz uma das etapas de revisão). Detalhes minuciosos sobre as personas que Bowie assumiu – Ziggy Stardust e Thin White Duke – estão presentes, assim como todas as influências que o rapazote inglês teve para se iniciar na carreira musical.
Spitz conta que, sem preconceitos, David Jones flertou – no sentido artístico e pessoal – com gente e estilos de toda cor, do glitter ao punk, do hippie ao eletrônico, homens e mulheres. Segundo o autor, a reinvenção artística foi uma obsessão do tamanho de seu apetite pelas fileiras de cocaína que o transformariam em um dos artistas que mais consumiram drogas nos anos 70 – e que espantosamente sobreviveu!
Bowie foi um dos primeiros a utilizar o marketing e a sexualidade em benefício próprio e a criar shows superproduzidos e videoclipes; deu muita força a artistas que não conseguiam decolar na carreira, tanto de sua geração como de posteriores. Um deles foi Iggy Pop. Outro, Lou Reed, que acaba de vir ao Brasil e que não se mostrou nada simpático aos fãs ou à imprensa. Por sinal, Bowie nunca veio ao Brasil. Virá um dia?
Galgando para o topo – O próprio Bowie demorou a se tornar ídolo, mesmo depois de iniciar turnês, e passou por grandes dificuldades financeiras e pessoais. Spitz narra alguns momentos dramáticos da vida dele, como a difícil relação com a mãe e a falta e culpa que sentiu pela morte do pai e do irmão. A trajetória foi galgada passo a passo até chegar ao topo, conquistado só depois de estourar nos Estados Unidos, pois a Grã-Bretanha parecia pequena e conservadora demais para ele.
Esta não é a primeira biografia de Bowie, mas certamente a mais detalhada, contando com entrevistas com a ex-mulher e grande apoiadora Angie Bowie e os amigos Kenneth Pitt, Siouxsie Sioux, Camille Paglia, Dick Cavett, Todd Haynes, Ricky Gervais e Peter Frampton. Narra ainda minuciosamente algumas célebres brigas por seu temperamento difícil, e mágoas de muitos que o consideravam “aproveitador”.
Aos 63 anos, Bowie não lança discos desde 2003, quando teve problemas cardíacos provavelmente resultantes de sua vida desregrada. No auge da loucura das drogas e álcool, houve época em que ele chegou a pesar menos de 40 quilos!
E esses são apenas uns poucos detalhes dessa biografia que vale a pena ler. E que, certamente, dará vontade de ter ao fundo – ou mesmo em volume máximo, como pede o autor – alguns de seus maiores sucessos. Trata-se de um livro que vou reler e guardar com todo o carinho.
Fontes: O Estado de São Paulo e memórias de trabalho.
Serviço:
Bowie – A Biografia (Benvirá – Saraiva)
Autor: Marc Spitz
448 páginas – Preço: R$ 49,90
3 comentários:
a foto da capa é linda! não conheço muito as músicas mas como figura é bastante interessante. É uma boa sugestão agora para o Natal, quem gosta de rock vai gostar do presente
Mas essa Laila é muito "chiquetosa"!
Parabéns pela participação doninha revisora!..rsrs..bjo!
obrigada pelo apoio, amigas!
bjs.
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