sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Documentários musicais brasileiros, cada vez melhores

O cinema brasileiro tem feito ótimos documentários musicais, principalmente de cinco anos para cá.
São tantos que não daria para citar meia dúzia, ou mesmo uma, sem contar os curtas-metragens.





Para ver no Canal Brasil  neste fim de semana:

Sexta (19), às 18h30, Cartola – Música para os Olhos (2007), que conta a trajetória de Cartola e mostra todas as suas melhores músicas, com depoimentos de amigos e cenas de seu dia a dia. A gente sai cantando...

Sexta (18), às 22 horas, Loki (2009), em comemoração aos 11 Anos de Canal Brasil, que produziu o filme. Direção: Paulo Henrique Fontenelle. O foco é o músico Arnaldo Baptista, ex-Mutantes. Depoimentos dele, Tom Zé, Nelson Motta e do irmão Sérgio Dias, entre outros. Reprise sábado (19), às 18 horas.

Sábado (19), às 21 horas, tem Pedrinha de Aruanda – Maria Bethânia (2007) – Dirigido por Andrucha Waddington, mostra a cantora na intimidade, ao comemorar seu aniversário em Salvador, com a presença da mãe, D. Canô, e do irmão Caetano. Reprisa domingo (20), às 14 horas. Aproveite para ver ou rever, em DVD da Biscoito Fino, Maria Bethânia – Música é Perfume (2005), dirigido por Georges Gachot.

Dica da Rádio Eldorado: playlist  dos Paralamas do Sucesso, cujo líder Herbert Vianna é retratado no filme Herbert de Perto, que estreia em outubro.





O MILAGRE DE SANTA LUZIA

Enfim, consegui ir ver, no Espaço Unibanco, o filme O Milagre de Santa Luzia (2008, de Sergio Roizenblit), que começa com Dominguinhos na estrada, tocando "Lamento Sertanejo" em seu acordeon.

Dominguinhos nos leva a um delicioso passeio por cidades pernambucanas, paraibanas, mineiras, goianas, gaúchas e paulistas, que têm alguns dos melhores sanfoneiros do país. Sanfona, acordeon, gaita, dependendo da região... A popular sanfona retrata a música folclórica de diversos países, mas, por sua amplitude sonora, se incorpora também à música urbana.



No Brasil, a grande influência de todo sanfoneiro foi Luiz Gonzaga, que nasceu num dia de Santa Luzia, 13 de dezembro. Tanto que cantores ou músicos de outros instrumentos, como João Donato, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Zezé de Camargo começaram na música tocando acordeon...

Pena que não apareçam cenas com o Rei do Baião no filme, mas tem homenagens póstumas a Mário Zan (que se autodenomina caipira italiano), Sivuca (mesmo doente, tocando muito!), ao poeta Patativa de Assaré, e à cantora Marinês, a rainha do xaxado. Oswaldinho, Renato Borghetti, Toninho Ferraguti, e músicos importantes em seus recantos, além, claro, de Dominguinhos. Mostra, ainda, Caruaru, a cidade pernambucana que tem forró o ano inteiro. Além dos ótimos números musicais, bem descontraídos, tem belas cenas da natureza de cada lugar. Destaco algumas grandes frases ditas no filme, verdadeiras pérolas:

“Oswaldinho, se não fosse sanfoneiro, seria guitarrista, porque tem um pé no rock” (Dominguinhos)

“Estar em São Paulo é o mesmo que estar no nordeste” (Dominguinhos, à pergunta sobre saudades de sua terra, já que mora há décadas na capital paulista)

“O Borghetinho, com sua gaita, tem o poder de transformar o mundo” (Bagre Fagundes, sanfoneiro)

“Vim com a família para São Paulo, trazendo farinha, sal, cebola e rapadura. Foram 11 dias no pau de arara” (Dominguinhos, que chora toda vez que toca ‘Triste Partida’, de Patativa de Assaré, porque lembra do pai, também sanfoneiro)

“Em São Paulo, a gente mais se acha do que se perde, mais se perde do que se acha...” (Toninho Ferraguti, que nasceu na cidade paulista de Socorro)

“Ataquei de New York, New York, de Frank Sinatra, quando fui ameaçado com um facão porque devia cantar em inglês” (músico cujo nome não anotei mas que a atenta Erika informou: PINTO DO ACORDEON – Dominguinhos morre de rir quando ele demonstra seu inglês 'inventado', para salvar a própria vida...)

“Gosto de tudo em São Paulo, do trânsito, da poluição... Quem critica, que se mude” (uma mulher não identificada)

DICA PARA CURTIR artesanato, comidas regionais e, claro, música, de várias cidades paulistas: este é o último fim de semana para visitar a 7ª Revelando São Paulo, no Parque da Água Branca.

2 comentários:

Silvio Alvarez disse...

Olá, minha querida. Curti o novo formato.
Agora, pelo jeito, você até vai poder anunciar minhas próximas exposições. rs
Eu acho que vc vai acabar montando um portal de Cultura, viu. Beijos nas alfaces de vossas bochechas cinéfilas.

Erika disse...

Oi, Laila.
O músico de New York, New Yor é o Pinto do Acordeon.
Bacanas os seus comentários!