domingo, 27 de setembro de 2009

Pinacoteca, Estação da Luz e Memorial do Imigrante, sempre um bom passeio

Ontem fui à Pinacoteca. Às duas, a “grande” e a Estação Pinacoteca.


Detalhe de janela da Estação Pinacoteca, com vista

A Estação Pinacoteca fica no antigo prédio do Dops, que tem espaços para exposições de arte e o Memorial da Resistência, que tem fotos, textos e documentos referentes às várias fases de repressão e protestos pelas quais o país passou. É um registro histórico importante.


Foto: Marcelo Mora/G1

Das exposições, não gosto muito, porque tem obras que chamo de “modernosas”. Sem querer diminuir seu valor, mas, como meus parcos conhecimentos de arte se limitam a “gosto” ou “não gosto”, classifico-as como “não gosto”, com exceção do acervo da Fundação Nemirovsky, maravilhoso, com obras do verdadeiro Modernismo brasileiro (Tarsila, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Portinari, só para citar alguns). Para um lanche ou café, recomendo o restaurante da Estação Pinacoteca, cujo serviço e atendimento é superior ao da Pinacoteca da Luz, embora não tenha a linda vista do Jardim da Luz, e suas mesas externas deem vista para o estacionamento da Sala São Paulo.



Nem pense em ir de carro, mais fácil é ir de metrô, descendo na Estação da Luz. No caminho entre a Estação Pinacoteca e a Pinacoteca da Luz (e vice-versa), não deixo de dar uma passada na Estação da Luz, cuja arquitetura é adorável. Ontem não levei máquina, e vi muitos populares fotografando o local com seus celulares, tão admirados com sua beleza e iluminação natural, ainda mais num dia de sol. Lá foi colocado um piano-armário Fritz Dobbert, e sempre tem alguém dedilhando alguma coisa... Claro que o Jardim da Luz é maravilhoso, mas só dou voltas no entorno, porque é difícil ter coragem de entrar, uma pena...



Adoro ir à Pinacoteca da Luz (na foto, detalhe da maquete, que não está mais exposta), porque sempre tem mil exposições legais para ver, de artes plásticas e fotografia. Só pelo maravilhoso prédio e seu acervo permanente – inaugurado em 1905 para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios –, já vale o passeio, sempre. Ontem, dia de visitação gratuita, estava bem lotada, a ponto de permitir um passeio apenas rápido pela exposição inédita de obras de Matisse. Era a exposição mais requisitada, e para vê-la direito, só mesmo fazendo uma segunda visita, durante a semana.


Traz também a exposição Cubismo, que não inclui o mais conhecido dos pintores cubistas, Picasso, mas outros artistas, principalmente outro espanhol, Juan Gris (foto), cujas obras sempre trazem alguma referência à música.

A do Acervo em Preto & Branco: Fotografia traz a reflexão de fotógrafos que adotaram a cidade (Thomas Farkas, Cristiano Mascaro, Boris Kossoy, entre outros), que retratam São Paulo, principalmente sob o ponto de vista de luzes, sombras e imagens do cotidiano.



Aproveito para indicar uma exposição que ainda não vi, no Memorial do Imigrante, cujo prédio tem mais de 200 anos e abrigou a Hospedaria dos Imigrantes até meados do século 20. Trata-se de A Imigração na França, mais uma referência ao Ano da França no Brasil. Lá, tem sempre muito o que ver: exposições permanentes sobre imigração, história das ferrovias, além dos passeios de Maria Fumaça e bondinho, nos fins de semana. E, ainda, o simpático Café Bistrô.

Endereço: Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca – próximo à Estação Bresser do metrô.

Os museus só não abrem às segundas-feiras.

ÚLTIMA DICA, porém não menos importante: o Arquivo do Estado tem um belo acervo de documentos e publicações, que agora pode ser visitado virtualmente.

Um comentário:

Laura Fuentes disse...

É de invejar a sua sincera disposição para a cultura, em todas as suas manifestações. Ao ler seu texto dá vontade de ir de novo na Pincoteca só para observá-la desses ângulos. Delicia.